Com o fim da aprovação automática, uma série de problemas de aprendizagem escolar das crianças cariocas se tornou evidente e precisava ser enfrentada. Um primeiro diagnóstico, em março de 2009, constatou não só déficits sérios de aprendizagem, como cerca de 40% dos alunos precisando de reforço de Matemática, como a existência de 28 mil analfabetos funcionais do quarto ao sexto ano.
Não podíamos ficar parados. Decidimos realfabetizar, inicialmente, os alunos de quarto e quinto anos, com resultados impressionantes. Nossos professores realfabetizaram com sucesso 12 mil crianças destas séries. Este ano, estamos realfabetizando 5.000 alunos de sexto ano, em turmas específicas para eles.
Mas não basta corrigir os déficits de aprendizagem acumulados: é urgente aprimorar o processo de alfabetização nas séries iniciais. Para tanto, capacitamos, em 2009, dois mil professores alfabetizadores. A filosofia de ensino utilizada foi a construtivista, a que predomina na rede.
Temos também a obrigação de avaliar novas alternativas. Neste início de ano, organizamos capacitações para alfabetização, tanto na filosofia construtivista quanto no chamado método fônico. Optaram por este experimento 53 escolas, com cerca de 100 professores, que receberam, além do curso, material para trabalhar com os alunos.
Ontem, entregamos a cada um dos outros 2.200 alfabetizadores da rede cadernos estruturados que possam instrumentalizá-lo para uma prática mais efetiva. Este material, usado com o livro didático, por bons professores, o que certamente temos no Rio, nos ajudará a melhorar a qualidade da alfabetização.
No fim do ano, faremos uma avaliação externa para verificar como evoluiu a alfabetização das crianças do primeiro ano. Analfabetismo funcional, nunca mais!
(“O Dia” – 06/05/2010)
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