A cidade do Rio teve avanços nas áreas de educação, saúde e segurança, mas ainda há problemas relacionados ao trabalho infantil e ao número de analfabetos com mais de 15 anos. Essa é a conclusão do movimento Rio Como Vamos (RCV), em seu relatório de 2012.
Em sua avaliação anual sobre o desempenho dos governantes, o movimento considerou significativa a melhora no ensino fundamental, com redução de 40,22% dos casos de reprovação nas escolas do município entre 2009 a 2011; e de 18,18% da evasão escolar no mesmo período.
Nas escolas municipais de ensino médio, ainda entre 2009 e 2001, houve queda de 9,80% nas reprovações (de 51 mil para 46 mil alunos). Já os casos de abandono escolar tiveram recuo de 31,5%.
Quando à distorção idade-série, houve progressos em 2011, com 17 mil alunos a menos nessa situação. Para o RCV, resolver a distorção é um dos grandes desafios enfrentados pela educação. A subsecretária municipal de Educação, Helena Bomeny, informou que um novo modelo de estruturação escolar será implantado nos próximos quatro anos para combater o problema:
— As unidades educacionais serão reorganizadas em quatro grupos: os Espaços de Desenvolvimento Infantil (EDI), as Casas de Alfabetização, os Primários e os Ginásios. A subsecretária informou ainda que, desde 2011, concursos para professores já prevêem que os profissionais trabalharão 40 horas semanais. Isso possibilita a permanência do servidor por mais tempo em uma única escola — em vez de ele atuar em várias unidades —, facilitando assim o estabelecimento de vínculos mais fortes com os alunos.
FORAM ERGUIDAS 67 CLÍNICAS
Na área de saúde, o RCV destacou as ações de atenção primária e prevenção do programa Saúde da Família, que já beneficiaram 2,5 milhões de pessoas em todo o município. Segundo os dados coletados pelo movimento, foram construídas 67 Clínicas da Família, e 777 equipes estão atuando atualmente. O número de exames preventivos de câncer de colo do útero aumentou 80,14%, passando de 136 mil em 2008 para 245 mil em 2011.
Os exames de pré-natal também tiveram um aumento significativo, de 53,23%, passando de 201 mil em 2008 para 308 mil em 2011, contribuindo para a queda da mortalidade infantil. No Rio, a taxa caiu de 6,4 por mil nascidos vivos em 2009 para 5,9 em 2011.
Entre os indicadores baseados no Censo do IBGE, destacam-se a identificação de 150 mil analfabetos acima de 15 anos e de quatro mil crianças, de 10 a 14 anos, em situação de trabalho infantil na cidade. Para o RCV, ambos os dados acenderam o sinal de alerta para a necessidade de ações mais efetivas e urgentes dos órgãos públicos. Segundo a coordenadora do Programa de Erradicação do Trabalho Infantil, da Secretaria municipal de Assistência Social, Luciane Beja, o projeto atende 2.600 crianças e adolescentes. As famílias cadastradas têm acesso a benefícios como transferência de renda, desde que cumpram certas condições. Luciane disse que em 2012 cerca de 540 crianças e adolescentes “superaram a situação de exploração infantil” . Na área de segurança pública, de um total de 15 indicadores, 12 melhoraram na cidade em 2011. O número de crimes violentos fatais, por exemplo, caiu de 2.200 em 2009 para 1.500 em 2011.
MONITORAMENTO
AÇÕES AVALIADAS EM DEZ ÁREAS
O Rio Como Vamos (RCV) acompanha a qualidade de vida do carioca em dez áreas: saúde; transporte; educação; segurança pública; pobreza e desigualdade social; meio ambiente; lazer e esporte; saneamento básico; inclusão digital; trabalho, emprego, renda e orçamento. 0 resultado é publicado mensalmente no GLOBO e no site do RCV.
O Rio Como Vamos é apartidário e tem o apoio de Fecomércio, Firjan, Associação Comercial, Observatório de Favelas, Iser, Cedaps, CDI, Idac, Ethos, Banco Real, Instituto do Trabalho e Sociedade, Santander, Grupo Libra, Fundação Avina, Light, Metrô Rio, CHL, UTE Norte Fluminense, KPMG, OnBus, Instituto Invepar e The Climate Works.
Fonte: O Globo, 02/01/2013
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