Em mais uma edição do Millenium Explica, o Mestre em Economia, Roberto Dumas, conta como deve ser a recuperação econômica do Brasil e do mundo após a Covid-19, os países que provavelmente estarão à frente do retorno econômico e o que o Brasil precisa para se reerguer de forma eficiente.
Alguns cenários vêm sendo cogitados para a recuperação econômica mundial. São eles o U, V e W. Dumas explica no que consiste cada um deles: “Em V é como a própria letra diz: ela dá uma pancada, cai abruptamente, e depois já cresce. O W cai, sobe, cai novamente e sobe de novo e o U, é quando a economia cai, fica um pouco estagnada e sobe”. O especialista acredita que os Estados Unidos, mesmo com uma segunda onda, devam se recuperar num formato em V, assim como a China, e diferente da União Europeia, que deve sair dessa recessão mais em U.
Veja também
Roberto Dumas explica as mudanças no cenário econômico global
Qual é o impacto das mudanças tecnológicas após o Coronavírus
Em relação ao Brasil, Roberto Dumas acha difícil uma recuperação eficiente para o ano que vem, visto a dificuldade em aprovar tantas reformas – como a tributária, administrativa, PEC do pacto federativo e PEC dos fundos públicos – em apenas um ano, fazendo com que a confiança dos investidores retorne. “Aprovar uma reforma emergencial ok. Só que como empresário, se estou vendo que não vão ser aprovadas essas outras reformas, eu paro de investir”, alerta.
Já sobre os países que devem puxar a recuperação mundial, Dumas é firme: Estados Unidos e China, porém, explica que depende de como vão entrar nas brigas em relação ao comércio, que considera, na verdade, um problema de propriedade intelectual e segurança nacional.
+ Aumento nos gastos anti-covid exigirá maior austeridade em 2021
“A China tem uma prática de que cada empresa internacional que entra no país deve abrir mão da sua propriedade intelectual. Ela pulou da idade medieval para a idade contemporânea, sem parar na Idade Moderna. O Iluminismo não faz parte do mind setting deles. Então, achar que é uma guerra comercial é falacioso e simplista. Xi Jinping queria colocar a China como líder do mundo em tecnologia da informação, só que, para isso, precisa comprar insumos dos Estados Unidos”, pontua.