De onde vem o dinheiro para combater a crise do Coronavírus?
Os internautas que acompanham o noticiário econômico já leram de forma exaustiva nos últimos anos que o governo brasileiro está quebrado. Na contramão do discurso de contenção do gasto público, surgiu o Coronavírus, que aumentou a necessidade de investimentos por parte do poder público. Mas, afinal, o governo tem esse dinheiro? Nesta edição do Millenium Explica, Guilherme Del Zotto esclarece de que forma essa verba poderia ser realocada. E alerta: além das reformas estruturais, cortar na própria carne é fundamental.
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Uma das opções do governo para conseguir dinheiro é através do aumento do endividamento, ou seja, emissão de papéis e títulos da dívida pública, que podem ser comprados por investidores com juros como compensação. O Tesouro Nacional, no entanto, já admitiu que, diante da situação, há dificuldades em realizar esse processo. A alternativa seria promover mudanças estruturais em algumas distorções graves do país. Entre elas, podemos destacar o alto custo da folha de pagamento do funcionalismo. “Seria ideal que adotássemos medidas que cortassem na carne um problema crônico do Brasil, que é gastar mais do que arrecada. O serviço público brasileiro é muito caro porque, além do teto que hoje é de R$ 39 mil, há muitos penduricalhos, sobretudo no Legislativo e no Judiciário. Temos auxílio-paletó, auxílio-viagem, carro oficial… Isso aumenta muito os custos”.
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Del Zotto reforça que, neste sentido, duas medidas são importantes. De um lado, uma reforma administrativa poderia desinchar a máquina e canalizar os recursos para áreas importantes, como a própria saúde. De outro, a votação do PL 6726/16, que busca regulamentar os penduricalhos, evitando os supersalários. “É muito importante o engajamento de todos os setores da sociedade por essas medidas, para que o Estado brasileiro fique mais leve, e tenhamos recursos para setores que tanto precisamos neste momento”.