Millenium Explica: por que a liberdade é o melhor caminho na questão dos aplicativos?
Na última semana, entregadores de aplicativos como iFood, Rappi e Uber Eats foram às ruas, em diversas cidades brasileiras, para protestar contra as suas condições de trabalho. Em nova edição do Millenium Explica, o cientista de dados Wagner Vargas alerta: um regime de liberdade econômica é o melhor caminho para solucionar os impasses e garantir uma relação que seja vantajosa para ambas as partes. Confira o vídeo!
Vargas destacou que o setor passa por um excesso de oferta de trabalho, por conta do aumento da taxa de desemprego, com pessoas perdendo a renda e precisando dos aplicativos para complementar ou até mesmo suprir as necessidades mais básicas. O cientista de dados lembrou que a equação para solucionar as questões levantadas pelos manifestantes é complexa.
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Por exemplo: obrigar a empresa a aumentar os recursos para os motoristas provavelmente vai acarretar em um aumento de custo para o consumidor, que, em boa medida, também perdeu parte da sua renda com a crise. “Com esse aumento de custo, a pessoa pode repensar se vale à pena continuar fazendo o pedido pelo aplicativo ou se ele próprio pode ir ao restaurante pedir comida”, disse.
+ Como solucionar o impasse entre aplicativos e entregadores
E isso, por óbvio, traz consequências. “O cliente reduz o número de pedidos; isso reduz a demanda por trabalho por parte do entregador; e, consequentemente, vai reduzir ainda mais os recursos que ele recebe”, disse. Quer dizer: a boa intenção pode trazer um efeito completamente oposto.
Ou seja: o debate sobre melhores condições de trabalho para os profissionais que estão tendo um papel fundamental no período de pandemia é muito importante, mas a solução passa por liberdade econômica, com aumento de concorrência na oferta de aplicativos. “Se houver mais apps, a tendência é deles oferecerem melhores condições. E o consumidor também pode ajudar, oferecendo boas gorjetas”, disse Vargas, destacando que colocar mais regulamentação estatal pode gerar distorções, mais custo e mais desemprego.