Ao entrar no Centro Universitário Celso Lisboa, no bairro carioca do Engenho Novo, já dá para perceber que aquela não é uma instituição convencional. O hall com balanços, a música ambiente e as salas de aula colaborativas são apenas alguns indícios da mudança das diretrizes de aprendizagem da faculdade, que acontece desde 2015, quando foi lançada a metodologia LIGA.
“A Celso Lisboa se reinventou junto com a sociedade”, diz o CEO da instituição, Rodolfo Bertolini, em entrevista ao Instituto Millenium. Com o novo método de ensino, as aulas fugiram do padrão expositivo tradicional e passaram a ser baseadas em problematizações, desenvolvimento de projetos e construção multidisciplinar. Dois professores atuam simultaneamente em sala, construindo junto com os estudantes a experiência de aprendizagem. Além disso, houve uma reestruturação no currículo, com o fim da divisão dos cursos em disciplinas, e um novo modelo de avaliação formativa foi criado, levando em conta todo o desenvolvimento do aluno ao longo do curso e não apenas no exame final. Para Bertolini, a sociedade está mudando e as instituições de ensino precisam acompanhar essas transformações:
“A gente não acredita que o diploma seja a chave para o sucesso. Não é o curso que você fez que te fará ser um bom profissional dentro da empresa. As faculdades vão deixar de existir, isso é um fato. Não sei se realmente vão acabar ou migrar para um espaço com foco em fazer as pessoas aprenderem juntas. O aprendizado acontece quando existe colaboração”, avalia.
Inovação é o desafio
Cada vez mais presente em nosso dia a dia, a tecnologia também transforma a educação. Embora o tema tenha ganhado destaque em debates por todo o mundo, ainda são poucas as iniciativas práticas que desafiam o modelo tradicional de aprendizagem, acredita o CEO. Atualmente, cerca de 8,5 milhões de alunos estão matriculados em alguma instituição de Ensino Superior no Brasil. Além disso, mais de 1 milhão de estudantes aprendem através de graduações à distância, conta Bertolini. O índice de rejeição e evasão nesse modelo ainda é enorme, porém.
“Ninguém criou no Brasil uma tecnologia realmente legal para as pessoas aprenderem online. Já está mais do que na hora de desenvolvermos isso. O futuro da educação é ter uma ferramenta tecnológica que faça o aluno aprender onde ele quiser, e não é o EAD e nem o ensino híbrido. O caminho é como se a tecnologia fosse algo quase que onipresente. Nos próximos cinco anos surgirão empresas de educação, que não necessariamente sejam universidades, com plataformas de aprendizagem muito agradáveis e melhores para aprender”, prevê o CEO.
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