É no tradicional bairro de Santa Teresa, no Rio de Janeiro, que está localizada a abeLLha, incubadora criada há dois anos com o objetivo de apoiar startups com propostas de impacto social e colaborativo. O projeto capacita empreendedores e aplica metodologia própria para estimular a inovação nas empresas. Confira a entrevista com Ana Julia Ghirello, fundadora da abeLLha.
Dezessete startups já foram incubadas pelo projeto. Seis se graduaram, sendo que duas delas já estão ganhando escala e lucrando. O processo de incubação pode passar de dois anos. Neste período, a empresa tem encontros periódicos com a equipe da abeLLha, que dá apoio em diferentes áreas através de estratégia e análise de mercado, gestão de equipe, marketing, planejamento financeiro, entre outros.
“Temos alguns critérios para selecionar os projetos. Primeiro, ele deve ter uma ideia que resolva um problema real que a sociedade enfrente. O segundo é a escala, ou seja, quantas pessoas são afetadas por essa dificuldade e se tornariam possíveis clientes. Por fim, olhamos para a resiliência da equipe e o quanto eles acreditam em uma forma mais colaborativa de construir as coisas”, explica Ana.
Para a empreendedora, a participação de incubadoras e apoiadores na jornada inicial das empresas é vital já que, neste começo, é difícil encontrar quem dê suporte para os projetos. A fase inicial é cercada de muitos desafios e, segundo Ana, é primordial saber identificar as prioridades:
“É entender o que eu faço hoje e o que eu deixo para depois. É importante pensar no que você precisa validar que, se não for verdade, todo o resto cai. A partir daí, focar no produto mais simples possível para fazer valer essa hipótese de maior risco. É crucial procurar a simplificação. Um passo de cada vez, deixando o que é mais complexo para frente”, destaca, salientando que, no Brasil, a burocracia ainda é uma dificuldade para as startups que estão começando.
A empresa que deseja ser incubada pela abeLLha tem duas opções. Uma delas é se candidatar através do edital anual, que seleciona os bolsistas para o ano seguinte. Desta forma, a mensalidade é apenas 5% da média da renda familiar da equipe. Também é possível se inscrever em outros períodos, com um valor mensal superior. De acordo com Ana, o empreendedorismo social está crescendo, fruto de uma mudança que acontece dentro e fora das companhias. “As empresas estão entendendo que não adianta ter um produto e uma parte isolada de responsabilidade corporativa. Do contrário, é possível fazer o bem para o mundo, solucionar problemas reais, gerar oportunidade e, ao mesmo tempo, ganhar dinheiro. O lucro é bom e pode ser aliado para fazer o bem e gerar coisas boas”, finaliza.
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