. Estrutura da Saúde e da Educação consome mais do que pastas têm para investir
O governo federal vai gastar neste ano três vezes mais para manter a máquina pública em todo o país do que o total previsto no Orçamento Geral da União para investimentos. A manutenção dos 39 ministérios do governo Dilma Rousseff e de toda a engrenagem federal será de R$ 377,6 bilhões, enquanto o montante previsto para investimentos é de R$ 108,7 bilhões. Nestes primeiros cinco meses, a União já desembolsou R$ 111,7 bilhões com a folha de funcionários civis e militares ativos, a compra de material de consumo dos ministérios e a contratação de serviços como água, luz, aluguel, transporte e hospedagem — as chamadas despesas de custeio. No item investimentos, foi pago R$ 1,5 bilhão.
Os dados fazem parte de um levantamento realizado pela liderança do DEM no Senado, a pedido do GLOBO, no Sistema Integrado de Administração Financeira (Siafi), do governo federal. Se forem considerados os restos a pagar (recursos do Orçamento da União de 2012, mas que foram pagos este ano), o total do custeio desembolsado pula para R$ 120 bilhões. Os investimentos chegam a R$ 13,7 bilhões. O Congresso só aprovou o Orçamento Geral da União de 2013 no último dia 12 de março, quando o certo era tê-lo votado até dezembro do ano passado.
As despesas de custeio do Ministério da Agricultura em todo o país, incluindo a Embrapa, a Conab e o Fundo de Defesa da Economia Cafeeira, serão de R$ 5,4 bilhões neste ano, mas o total para investimentos da pasta é de R$ 1,4 bilhão. No Ministério da Educação, a manutenção da máquina, abrangendo a estrutura de Brasília, as universidades, as escolas federais, os hospitais universitários e os institutos técnicos, custará R$ 33,3 bilhões, enquanto o disponível para investimentos é R$ 16,3 bilhões. Na Saúde, o custeio representa mais do que o dobro dos investimentos previstos no Orçamento da União deste ano, um total de R$ 11,6 bilhões. A manutenção da máquina, incluindo a rede do Ministério da Saúde Brasil afora, baterá em R$ 23,3 bilhões.
Em compensação, os ministérios de Minas e Energia, da Integração Nacional, dos Transportes e das Cidades, responsáveis pela execução das maiores obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), vão investir R$ 45,2 bilhões, segundo a dotação prevista no Orçamento Geral da União de 2013. O custo da máquina pública das quatro pastas será de R$ 15,8 bilhões.
Dados extraídos do levantamento do DEM mostram ainda que o custeio da estrutura e dos funcionários das 39 pastas na Esplanada dos Ministérios e em outros prédios espalhados por Brasília é de pelo menos R$ 58,4 bilhões por ano. Isso é mais do que o dobro da verba destinada ao maior programa social do governo, o Bolsa Família, com gastos de R$ 24,9 bilhões este ano. O montante de R$ 377,6 bilhões que custeia a máquina federal em todo o país é maior do que o PIB (a soma de todos os bens e serviços) de países como Peru, Nova Zelândia e Marrocos.
Fonte: O Globo
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