O Ministério da Educação anunciou “aprimoramentos” nos exames do Ensino Médio, como o conhecido Enem; o Saeb, nome fantasia da Prova Brasil; e o ENCCEJA, o exame supletivo. O assunto interessa a alunos (e responsáveis por alunos) de escolas públicas e privadas, mas, se for bem conduzido, pode interessar a todo o país.
O exame supletivo voltará a ser realizado de forma separada, e, possivelmente, o nível de exigência será menor. Ele se aplica sobretudo às pessoas que queiram terminar o Ensino Médio e que tenham menor probabilidade de ingressar ou concluir cursos superiores, especialmente de primeira linha. Isso pode afetar positivamente alunos de escolas públicas e privadas, especialmente os que não tiveram boas oportunidades no passado.
A outra mudança refere-se à Prova Brasil, que, a partir de agora, será aplicada a todos os alunos das escolas públicas de Ensino Médio, sendo, possivelmente, já alinhada com a Base Nacional Curricular Comum. Isso permitirá fazer estudos mais precisos sobre a evolução da qualidade das escolas.
No Enem nada muda, exceto que ele deixa de valer como exame de validação do curso médio.
Se for bem realizada, a implementação dessas ideias abre espaço para importantes mudanças no futuro. Uma delas é separar a aferição da qualidade do Ensino Médio – que deve assegurar competências básicas para todos – da seleção do vestibular, que precisa ser muito mais rigorosa. Além disso, abre espaço para diversificar o Enem.
Aí está uma oportunidade – resta saber se será bem aproveitada.
Fonte: “Veja”, 30/06/2017.
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