O número de alunos inscritos no ensino superior está abaixo da meta do primeiro Plano Nacional de Educação (PNE). Elaborado há mais de 10 anos, o PNE previa que 30% dos brasileiros entre 18 e 24 anos estivessem cursando a graduação em 2010. Segundo o Censo da Educação Superior de 2011, elaborado pelo Ministério da Educação (MEC), apenas 14,6% dos jovens brasileiros estavam matriculados em universidades no período pesquisado.
A lenta inserção dos estudantes no ensino superior expõe as fragilidades dos investimentos e das políticas do governo para o setor como a criação de novas universidades federais, a expansão dos cursos noturnos e a ampliação dos programas de financiamento dos estudantes das universidades privadas, como o ProUni. As universidades públicas também sofrem com problemas na infraestrutura e na formação do corpo docente.
O economista e especialista do Instituto Millenium, Naércio Menezes, explica que os gargalos na formação de mão de obra qualificada afetam a competitividade das empresas e da economia brasileira. “A produtividade do trabalhador brasileiro é muito baixa. Isso está associado a reduzida taxa de inovação e de aplicação de novas tecnologias, que é uma consequência da falta de qualificação da mão de obra.”
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Apesar do relativo aumento do número de vagas nas universidades, Menezes afirma que as políticas públicas para o ensino superior não estão em sintonia com a realidade do mercado. “Nossa principal deficiência é na área de exatas. No entanto, as vagas que estão sendo criadas por essas políticas estão concentradas nas áreas de humanas como administração de empresas e direito”, conclui.
Fonte: “O Estado de São Paulo”, 23/10/2012
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