A rotina de Julio Antonio Dias permanece a mesma há 30 anos. Acorda cedo, faz exercícios físicos, e em seguida, cuida dos negócios. Fundador da rede Megamatte , atualmente faz parte do Conselho de Administração da rede de franquia de alimentação saudável.
Aos 62 anos, Julião, como é conhecido, é exemplo de uma geração de fundadores de negócio que, posteriormente, entraram no sistema de franchising e continuaram a pôr a mão na massa. São empreendedores que, no Dia do Idoso, que é comemorado nesta terça-feira, dão exemplo de como se manter na ativa na terceira idade.
De entregador de frutas a 160 lojas
Depois de trabalhar como atendente, entregador de frutas e virar sócio de uma quitanda, na década de 1990, Dias viu que juntar mate com guaraná natural ou frutas daria um bom casamento. Daí surgiu a Megamatte, no Largo do Machado. Atualmente, a rede está presente em seis estados brasileiros, com expectativa de chegar a 160 lojas até abril de 2020.
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— Hoje, eu atuo na prospecção de pontos de venda da marca e nas negociações de aluguéis de operações em andamento. Além disso, tenho outros restaurantes na cidade — explica ele.
O filho dele, Júlio Monteiro, é o atual diretor executivo da empresa.
— Não foi uma transição planejada, mas Júlio sempre esteve envolvido na operação da marca e, por isso, exerce a função de diretor executivo — conta ele.
A sucessão familiar no comando também ocorreu na rede Casa da Empada, que completa 32 anos em outubro. Hoje quem comanda a rede é Sergio Murilo Gonçalves, filho mais velho da fundadora Alzira Gonçalves. Mesmo assim, aos 80 e pouco anos (ela não revela a idade real), a empreendedora está sempre presente no atendimento da loja da Muda, a mais antiga das 25 unidades da marca.
‘Nunca é tarde para empreender’
Dona Alzira deu os primeiros passos vendendo o salgado para bares, padarias e outros estabelecimentos comerciais. O ponto onde fabricava as empadas, uma lojinha na Conde de Bonfim, na Tijuca, também passou a servir no balcão. Este ano, a empresa firmou uma parceria com o Grupo Soares Pereira & Papera (GSPP) para sua reformatação, comercialização e marketing.
Outra Alzira, mas especialista em outro prato e com 71 anos, também continua em plena atividade. Alzira Ramos, fundadora da Fábrica de Bolo Vó Alzira, faz parte do time de supervisores da rede. Seu trabalho é visitar as lojas dando dicas e demonstrando a arte de bater bem a massa, fundamental para o resultado final de seus bolos.
— Nunca é tarde para empreender. Tinha perdido o emprego e, com 60 anos, comecei a fazer bolos para vender — relembra ela.
Em 2008, ela abriu a primeira loja. Cinco anos mais tarde, em 2013, entrou no franchising . Hoje, tem mais de 220 franquias espalhadas por todo o Brasil.
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O desafio de deixar de ser centralizador
Aos 72 anos, o empresário Romeu Morais, fundador da escola de idiomas Rockfeller Language Center, diz que está longe de se aposentar. Ele ocupa o cargo de presidente do conselho, mas ainda é bastante ativo nas estratégias de expansão da marca.
Morais confessa que deixar de ser centralizador foi um processo.
— Há uns oito anos eles me pediram mais liberdade de ação. E achei que fazia sentido, mesmo porque o negócio já estava bem sólido. Percebi, então, que devia dar a eles mais autonomia nas tomadas de decisão — diz ele.
Fonte: “O Globo”