De olho na expansão das fintechs, o BTG criou em janeiro de 2018 o BoostLab, comandado por Frederico Pompeu. O objetivo da nova área, segundo o executivo, é se aproximar dessas empresas, que olham tudo que os bancos fazem e tentam se especializar em apenas uma coisa. “Queremos ser o banco desse ecossistema.”
Como surgiu o BoostLab?
Estou no banco desde 2001. De uns tempos para cá comecei a cobrir fintechs, Nubank, Stone… E comecei a perceber que o tempo entre a criação das empresas até elas se tornarem unicórnio estava cada vez mais rápido. O que Stone e Nubank fizeram representa uma mudança estrutural importante. Comecei a falar para o pessoal aqui dentro que se a gente quisesse ser o banco desse pessoal teríamos de estar mais próximo deles. Não adianta querer ficar amigo da empresa quando ela vale US$ 10 bilhões. Temos de ajudar desde o início. Foi aí que em janeiro de 2018 que criamos a Boostlab. No início, decidimos visitar todo mundo. Fomos para China, Estados Unidos, Israel. Começou como um programa de potencialização.
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E qual o objetivo?
O meu trabalho é fazer a disrupção do banco. Preciso ser um radar de novas tecnologias e novas soluções e ser o primeiro a levantar a bandeira e dizer: ‘Temos de olhar esse negócio porque isso pode nos afetar e matar nosso business’. Não podemos olhar só o nosso competidor direto. E não adianta fingir que um negócio não vai te afetar. Se você não fizer, alguém fará por você. O nosso objetivo é ser o banco do ecossistema, o banco que vai atender a essas startups.
Quem participa do programa?
Nosso programa é semestral. Convidamos empresas que já têm tração, ou seja, que têm clientes. Na pior das hipóteses, eles vão conhecer um bando de gente legal. Além dos sócios do banco, executivos de renome no mercado participam do programa como mentor. Há um encontro por mês. Em cada encontro abordamos um tema. E, no final, tem um encontro com vários investidores do mercado para os empreendedores fazerem suas apresentações, conseguirem aportes e negócios.
Vocês já fizeram negócios com as empresas do programa?
Sim. Já fizemos negócios com mais de 70% dessas empresas. Até agora foram 28 empresas. Além disso, já investimos em cinco delas. Buscamos soluções que nos ajudem a impulsionar e melhorar a performance do banco.
Fonte: “Estadão”