Um fato inconteste é que não existe governo intrinsecamente bom. O máximo que se pode esperar é o menos pior. Isto porque, a natural vocação do Estado é a tirania. A prova mais cabal desta afirmação é que o Estado soberano pensado para ser o menor do mundo possui hoje uma das maiores estruturas estatais de segurança do planeta, in casu, os Estados Unidos da América. Sem qualquer juízo de valor sobre a necessidade ou não da referida estrutura, esta nação foi pensada para possuir uma estrutura enxuta. Não é o que vemos hoje. Ao menos, ainda respeitam a base pensada de seus “pais fundadores” no sentido de preservar as liberdades do indivíduo contra o estado.
Partindo desta premissa, qualquer pessoa que pretenda proteger de forma efetiva o ser humano tem por dever moral defender um Estado mínimo, pois em sentido contrário irá estar postulando uma contradição, tendo em vista que um estado gigante tende a violentar o indivíduo, por natureza, sua antítese. A realidade se impõe, basta uma procura rápida em qualquer site de tribunais do país e iremos perceber que o maior violador de direitos no Brasil é justamente o estado, em seus três níveis. Municípios, Estados, e, União.
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A despeito deste fato, temos diversas agremiações partidárias que mentem descaradamente sobre as supostas benesses de um estado gigante e babá de seus cidadãos, assim como muita gente que, ingenuamente, acredita e confere permanência política a estes ilusionistas. O mais curioso nesta trupe de mentirosos defensores de estado é que muitos deles falam sobre a necessidade de reforma tributária [não apenas necessária, mas urgente], e, defendem o aumento contínuo de gastos governamentais sem dizer, é claro, de onde irá sair os recursos. Qualquer pessoa minimamente bem intencionada percebe que a conta não irá fechar.
E, graças a esta infeliz combinação, de ilusionistas mal intencionados com gente crente em suas mentiras, milhares são condenados a pagar o preço da ilusão chamada estado. Duas frases de Bastiat são exemplares para sintetizar o que foi dito: “O estado é a grande ficção da qual todo mundo se esforça para viver às custas de todo mundo”. E, como isto é feito? Através da espoliação legal do imposto, tão amada pelos socialistas/comunistas. Mas, uma das grandes frases de Bastiat é a seguinte: “A vida, a liberdade e a propriedade não existem pelo simples fato de os homens terem feito leis. Ao contrário, foi pelo fato de a vida, a liberdade e a propriedade existirem antes que os homens foram levados a fazer as leis”. É este o cerne da questão: o criador, não a criatura deve ser mais importante na relação jurídica. Servidor público deve servir ao público, não se servir do público. O indivíduo precede o estado, ele deve ser protegido, não a entidade estatal. Qualquer argumento contrário é retórica barata e a negação do próprio ser humano. E todos pagam o alto preço disso.