Desde o começo do ano passado, tendo seu processo acelerado no fim de 2021, os Bancos Centrais mundo afora, incluindo o do Brasil, estão aumentando suas reservas em ouro, fazendo com que a relação ouro/dólar venha a crescer.
O ouro é uma reserva monetária pouco sujeita a efeitos inflacionários, pois para produzir novo estoque de ouro é preciso minerá-lo e processá-lo, coisas que levam anos, sem falar que o ouro bruto existente no planeta tem a tendência contínua de escassear.
Sendo assim, em períodos no qual se tem receios a respeito da trajetória da economia mundial, assim como no que se refere ao poder de compra da moeda mundial (dólar), os governos do mundo todo, por intermédio de suas autoridades monetárias, optam por aumentar suas reservas de metais preciosos, menos sujeitos às oscilações econômicas que as moedas fiduciárias produzidas por outros governos.
Essa recente compra do metal precioso em detrimento do dólar pode ser compreendida da seguinte forma – as autoridades do mundo todo estão acreditando numa possível perda de força do dólar, isto é, numa potencial inflação da moeda no futuro, por isso mantém seus estoques de divisas enquanto aumentam os de ouro.
Desde que o governo Biden assumiu os Estados Unidos, maior potência econômica do mundo – a qual diante de uma crise econômica, pode levar grande parte dos países também para o “buraco” – tem havido um certo medo de “frouxidão” por parte do FED em controlar a emissão da moeda internacional.
Aliado a isso, houveram as consequências econômicas que a pandemia deixou – desemprego, quebra de empresas e inflação. Assim, os governos do mundo inteiro estão numa dualidade ferrenha – enxugar o estoque monetário para controlar a inflação ou emitir moeda para recuperação dos empregos e dos negócios. De fato, é uma situação complicada.
Por isso, não é à toa que os Bancos Centrais do mundo inteiro estão receosos. Não se sabe quando a economia mundial voltará a prosperar. Atualmente, os governos têm optado por tentar controlar a inflação, que é um problema que tem afetado bastante o mundo todo, em vez de promover, a curto prazo, o crescimento econômico.
É uma boa estratégia. Ela dá alguma segurança aos mercados. Mas… “o seguro morreu de velho”. Por isso, mesmo que não de forma tão expressiva, os estoques mundiais de ouro têm aumentado. Isso serve pelo menos como mecanismo de sinalização de um país para o outro: “Veja bem, você está fazendo a lição de casa e eu fico feliz por isso. Todavia, se você se precipitar e fizer besteira, eu estou de olho bem aberto”.
O que desejamos é ver tudo isso passar. Esperamos que em breve a inflação seja controlada, as empresas ressuscitem, os empregos voltem e possamos vir a sonhar com um novo ciclo de prosperidade mundial.