Como uma tendência da vontade popular e esperança de progresso, em vários países da América Latina a esquerda está no poder. Mas há esquerdas e esquerdas, como no PT. Brasil e Chile, e os não esquerdistas México, Colômbia e Peru, mostraram que a estabilidade, a democracia, o respeito à Constituição e aos contratos permitiam manter e ampliar políticas que levam ao desenvolvimento econômico e à diminuição da pobreza. E atraem investimentos internacionais.
Mas Chávez não acredita nisso.
Acha que pode atropelar a lógica, a ética e a matemática, e transformar a Venezuela em um Cubão. Com seu petróleo e meia dúzia de países pequenos e atrasados — de grande só a Bolívia, que é atrasadíssima — criou sua aliança bolivariana pelo socialismo, a Alba, onde manda e desmanda.
A Nicarágua sandino-bolivariana vai muito mal. E a vizinha Costa Rica, muito bem. Por que será? Cuba continua racionando comida, energia e liberdade, sem a menor esperança de alívio. A tentativa de bolivarizar Honduras deu no que deu.
Na Argentina, os Kirchner, que receberam maletas com milhões de dólares de Chávez para a eleição de Cristina, perderam a maioria no Congresso e enfrentam uma grave crise econômica, sufocados pela dívida externa e pelo ambiente de confronto que criaram com a mídia e a oposição.
Evo, coitado, foi reeleito, deu mais poder aos indígenas, mas, sem dinheiro nacional ou internacional, a Bolívia vai continuar vivendo de coca e gás.
Rafael Correa não é um boçal como Chávez: formado em economia nos Estados Unidos, conhece por dentro o sistema que quer mudar. Gosta de uma bravata, mas se mostra mais civilizado e menos autoritário na sua ação política. Mas, sem investimentos, o Equador não cresce.
Qualquer idiota sabe que as chaves do desenvolvimento — capitalista ou socialista — são investimentos maciços em educação e infraestrutura.
E quem vai investir em países que odeiam o capital e não respeitam contratos, em nome da pátria, do socialismo ou da muerte? Como num Rei Lear de sombrero, são cegos guiados por loucos. Em vez do socialismo do século 21, Chávez criou o eixo da insanidade.
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