Existe a crença de que a presidente Dilma Rousseff será reeleita em 2014. E, de fato, esta é a tendência. Afinal, Dilma possui uma excelente taxa de aprovação, o governo é bem avaliado e o brasileiro está feliz com a sua vida.
A seu favor, conta ainda o fato de as oposições não terem conseguido construir um discurso. Só que o tempo se esgota pelos dedos com muita rapidez.
Assim, com um nível alto de aprovação e ausência de uma oposição consistente, Dilma marcharia para a vitória inconteste. No entanto, existem dois caminhos para essa vitória.
Um, fácil; o outro, complicado. Ambos exigem esforços. Para transformar a eleição em uma vitória fácil, Dilma teria de mudar radicalmente seu modus operandi.
Teria de aprofundar o diálogo com a sociedade e a sua base. Melhorar a comunicação direta com a população.
Além disso, descentralizar as ações do governo e viajar mais pelo Brasil. Falar muito para as rádios e focar mensagens para o público feminino.
Criar um calendário de eventos de ampla repercussão.Teria, também, de acordar a economia, que insiste em patinar mesmo recebendo boas doses de anabolizantes na forma de desonerações fiscais.
Com a economia indo devagar, o clima pode piorar e complicar o que poderia ser simples. O caminho complicado é aquele em que se tem todas as condições favoráveis, mas não se operam de forma adequada seus meios e modos.
É o caso atual: as estratégias de exposição pessoal de Dilma são boas, no entanto a percepção da atuação do governo não é tão boa assim.
Além do tradicional público de “pedintes” de verbas e benesses públicas que nunca são satisfeitas, outro público ventila resmungos de insatisfação com a forma autoritária de exercício do governo.
Mas também aponta, com razão, uma dicotomia entre o discurso da presidente e a ação governamental. Claramente em uma situação típica de nossos trópicos.
Viva a rainha e morte ao mau governo! Enquanto a insatisfação é coisa das elites, a preocupação não é muito grande. Um par de benesses e alguns afagos melhorariam tudo.
Porém, a percepção negativa pode se espalhar de cima para baixo e fazer um estrago na campanha. O governo no Brasil é arrogante por natureza.
Trata a sociedade como um bando que não sabe direito o que quer. O governo tem convicção de ter o monopólio do bem do país e o interesse comum. Não deveria ser assim.
Quando as coisas estão indo bem, as altas taxas de aprovação sancionam o comportamento autoritário do governo.
Quando as dúvidas se acumulam, o comportamento autoritário pesa e começa a fazer estrago. Seria mais adequado atuar nos dois planos – pessoal e institucional – de forma igualmente eficiente.
Como fazê-lo? A receita não é simples, mas plenamente possível de ser implementada. Basta entender que o governo deve ser proativo nas relações com os formadores de opinião.
Mobilizar a agenda para tal. Fazer um périplo de explicações para públicos relevantes. Usar os conselhos e audiências como plataforma.
Estimular a participação e recolher opiniões. Enfim, é preciso ter disposição para chamar e ouvir. Assim será muito mais fácil vencer em 2014.
Fonte: Brasil Econômico
Não é difícil perceber que o Sr Murilo de Aragão deseja a vitória da presidenta.