O presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, recebeu no dia 15 de março o prêmio Central Banker of the Year 2018, conferido pela publicação britânica The Banker, especializada em finanças e pertencente ao jornal Financial Times. O prêmio — pela primeira vez concedido a um brasileiro na categorial global — foi um reconhecimento ao trabalho realizado por Goldfajn em um país que, até recentemente, convivia com juros e inflação de dois dígitos.
No comando do banco desde junho de 2016, Goldfajn considera que reduzir a inflação e os juros para as menores taxas históricas não foi tarefa simples, mas a parte mais complicada vem agora: “Manter é mais difícil ainda”. Os ganhos que o país pode obter se houver perseverança no bom caminho, porém, são enormes. “Vamos ter uma revolução no mercado de capitais e no crédito”, diz Goldfajn, que concedeu a EXAME, na sede paulista do Banco Central, a entrevista a seguir.
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Qual balanço o senhor faz desse período de quase dois anos à frente do Banco Central?
Conjunturalmente, a economia está bem diferente. Quando cheguei ao banco em meados de 2016, estávamos em plena recessão. A inflação ainda estava em 9%, depois de ter chegado ao pico de 11%. Houve, de lá para cá, uma mudança de direção relevante. As políticas econômicas foram mais consistentes, com a implantação de uma agenda de reformas — a trabalhista, o teto de gastos, a reforma da educação, mudanças no setor de óleo e gás. Achava-se que a inflação ficaria alta por muito tempo. Mas ela foi caindo até que, no final do primeiro semestre de 2017, as expectativas para este ano já estavam muito perto da meta.
Fonte: “Exame”