De acordo com alguns especialistas do Instituto Millenium, do ponto de vista econômico, esta foi a eleição mais importante dos últimos anos porque o processo de envelhecimento pelo qual o Brasil está passando representa um dos maiores desafios para o novo governo. Para compensar a perspectiva de uma população economicamente ativa menor e queda na arrecadação, será necessário, além da aprovação da reforma da previdência, a criação de medidas que visem o aumento da competitividade da economia.
A agenda de mudanças já foi iniciada com a terceirização, a nova lei trabalhista, a lei das estatais e a possibilidade de aprovação do cadastro positivo. Mas se o próximo presidente não agir logo no primeiro ano de mandato, teremos uma economia estagnada.
Além de um cenário doméstico desafiador – onde o cumprimento do teto de gastos se faz necessário -, o próximo governo irá encontrar uma América Latina que sofre com riscos políticos e com a deterioração dos preços de suas commodities. O relacionamento do próximo presidente com os nossos vizinhos terá impacto na economia interna.
Em suma, este é o melhor momento para empresas traçarem estratégias para o futuro do Brasil. Entendo que os investidores terão que correr mais riscos se desejarem obter retornos melhores, já que os juros devem permanecer baixos. A economia brasileira exige um desenho estratégico a depender das propostas do vencedor. O custo Brasil está muito atrelado a questões políticas e econômicas, e de quatro em quatro anos vislumbramos como ele pode ser alterado.
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É positivo que a sociedade se dê conta que sua atuação no dia a dia da vida política é essencial para o melhor desenvolvimento das políticas públicas, mas deve-se ter atenção às fake news. Esse fenômeno, não necessariamente novo, preocupa cada vez mais governos, organizações internacionais e acadêmicos.
Mensagens falsas na política são documentadas há séculos. Li recentemente que, em 1564, uma notícia falsa foi usada para tentar sabotar o reinado do espanhol Felipe 2º. Há oito anos no trono, o monarca descobriu que um boato havia se espalhado sobre seu próprio assassinato. Imediatamente, o rei teve que acionar toda a máquina burocrática dos correios e da transmissão de mensagens para combater a informação que poderia estremecer seu poder.
Fake news estão documentadas na história como ‘notícias falsas’ ou ‘notícias mentirosas’. São mensagens com o propósito de desestabilizar e desmoralizar, disseminadas com frequência nas novas mídias digitais. O cidadão, porém, tem no conteúdo analítico do Instituto Millenium e outras instituições do terceiro setor fontes seguras de informação.
O Brasil que nós queremos é um país com diálogo entre as instituições democráticas, economia menos engessada, notícias factíveis e mais liberdade para o individuo. E será importante, cada vez mais, para o nosso amadurecimento como sociedade, a fiscalização do gastos de quem foi eleito para representar a população. O Instituto Millenium estará acompanhando.