Empresas brasileiras gastam 2.600 horas (3,6 meses) pagando impostos, segundo levantamento da Latin Business Chronicle’s (LBC). O mesmo estudo classifica o Brasil como o país com o pior sistema tributário da America Latina. Para se ter uma ideia da dificuldade imposta pelo fisco, um funcionário precisaria de mais de um ano para ficar em dia com a tributação.
Para o ex-presidente do Conselho Consultivo da Confederação Nacional dos Jovens Empresários (Conaje) e especialista do Instituto Millenium, Eduardo Machado, a burocracia é tão prejudicial quanto o alto valor dos tributos cobrados das empresas. “A preocupação com questões administrativas tira o foco dos empresários de questões importantes como a inovação e o desenvolvimento”.
Machado propõe a reformulação do sistema tributário. Ele afirma que o modelo de arrecadação de impostos não pode ser pensado como um instrumento de punição para empresários desonestos. “O sistema tributário acaba submetendo os empresários que cumprem com suas obrigações para um emaranhado de regras extremamente pouco competitivo”, afirma.
Além da redução da carga tributária, o administrador chama atenção para a aplicação dos recursos. “A gente ainda tem uma parte de custeio muito elevada”. Machado explica que o aumento da arrecadação não pode ser acompanhado de um aumento do custeio da máquina pública. Ele acredita que os impostos deveriam ser usados para fomentar a inovação e o desenvolvimento através da ampliação do acesso a educação.
O ranking
O ranking da LBC avalia os impostos corporativos, os impostos como uma porcentagem dos lucros, o número de formulários de declarações fiscais e o tempo gasto para preenchê-las todos os anos em 18 países latino-americanos. Os dados avaliados correspondem ao primeiro semestre deste ano e foram obtidas no Banco Mundial, na consultoria KPMG e na Fundação Heritage.
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