Em 2020, o Brasil, assim como todo o mundo, se viu diante de uma batalha até então desconhecida: a crise sanitária que, ao contrário do que se esperava, está prestes a completar um ano.
Para amenizar os efeitos catastróficos decorrentes da pandemia do novo conoravírus, foram necessárias ações, como o Auxilio Emergencial, que afetaram não apenas as famílias brasileiras e o empresariado, mas também os cofres públicos.
Em entrevista ao Instituto Millenium, o especialista em finanças Fabio Giambiagi analisou o desempenho do governo brasileiro em relação a programas de crédito e sociais. Para ele, o Brasil está se saindo de forma ambígua. “Para conter os efeitos sobre o nível de atividade, o país foi relativamente eficiente. Vamos ter uma queda do PIB de aproximadamente 4%. Por outro lado, somos um dos países que sairá com o maior aumento da dívida pública em relação ao nível inicial, que já não era baixo. Isso reforça o desafio fiscal previsto em fevereiro, e que agora se torna ainda maior”, alertou. Ouça o podcast.
Além dos gastos voltados para a saúde e programas de crédito, o Auxílio Emergencial foi a despesa não esperada que mais pesou para as finanças públicas. Primeiro, porque, no início, não era previsto que a pandemia fosse se estender por tanto tempo, e também, pelo número significativo de pessoas que foram contempladas sem necessidade, seja por fraude ou falhas na fiscalização e cruzamento de base de dados.
Leia também
Reforma dos programas sociais é melhor forma de corrigir fraudes, diz Maurício Bento
Marcos regulatórios trarão investimentos para o brasil, afirma André Bolini
“De modo geral, foi uma resposta à altura do desafio de 2020. Mas, para o ano que vem, a minha opinião pessoal é a de que precisamos caminhar no sentido de uma normalização da economia, o que significa repensar alguns aspectos da política social do país”, afirmou.
O país precisa, em caráter de urgência, reavaliar sua atuação e administração econômica, para que seja possível enfrentar a crise fiscal no próximo ano, que já está batendo em nossa porta. É preciso se posicionar de forma clara sobre o cumprimento da agenda liberal.
“O governo deve agir mediante a sinalização clara de que o teto será mantido para o ano que vem e transitar no sentido de chegarmos a 2022 com uma combinação que envolva um crescimento em torno de 2%, uma inflação que, olhando para 2023, aponte para números entre 3 e 3,5 e uma taxa de juros, em 2022, que seja baixa, ainda que naturalmente maior”, concluiu.
“O futuro do Brasil”
Fabio Giambiagi lançou na última segunda-feira (30) o livro “O futuro do Brasil”. A obra apresenta um estudo sobre diversas áreas da economia, se aprofundando em temas como a educação, saúde, segurança, trabalho e saneamento.
Giambiagi destaca a importância do debate da nova geração ao que diz respeito à construção de um país que pensa no futuro. “Este volume, que faz parte de uma coletânea, tem um denominador comum, todos os capítulos foram escritos por pessoas com menos de 40 anos. São profissionais que ocuparão o centro do debate nos próximos 30 anos, quando a minha geração, que chega aos 60 anos, estará saindo aos poucos e dando lugar à pessoas muito boas. A ideia foi dar voz a eles”, explicou.
Mais do que nunca é importante pensarmos no futuro no Brasil, no último domingo (29), com o fim do segundo turno das eleições municipais, assistimos a eleição de diversos prefeitos e vereadores do centro, com projetos inovadores, liberais e preocupados com a retomada do crescimento econômico.
Precisamos aproveitar esse momento de mudanças para cobrar e fiscalizar ainda mais nossos representantes, para que medidas e projetos que vão melhorar a vida de todos sejam pautados e aprovados.