Empreendedor deve planejar muito e se preparar antes de sair ao mercado em busca de aporte financeiro
O empreendedor no Brasil ainda pode ser considerado amador enquanto o investidor está mais profissional. Essa, pelo menos, é a opinião de Marcelo Nakagawa, professor de empreendedorismo do Insper. “Ele precisa se preparar melhor. Há dinheiro no mercado, mas ouvimos relatos de pessoas que não encontram o empreendedor para receber aporte”, analisa o especialista no setor.
Segundo Nakagawa, existem três tipos de empreendedores: aqueles que têm uma ideia, os que desenvolveram um protótipo e os que já atuam no mercado. E para cada estágio há desafios a serem transpostos antes da pessoa, efetivamente, receber aporte financeiro.
No primeiro caso, a palavra de ordem é compartilhar, submeter a ideia para outras pessoas a fim de apurar se o caminho seguido até então é mesmo o correto. De acordo com o especialista, uma ferramenta chamada Business Model Canvas é indicada para empreendedores iniciantes que pretendem formatar melhor seus negócios.
Ao tentar encontrar um investidor, segundo o professor, esse tipo de pequeno empresário deve preferir reuniões presenciais, mesmo que informais, para apresentar sua ideia. “O LinkedIn pode ser um bom caminho para encontrar pessoas que possam facilitar o contato com os investidores”, sugere.
O empresário que já desenvolveu um protótipo deve preocupar-se, antes de mais nada, em patentear e registrar sua invenção. Caso o projeto tenha grande potencial, o professor indica como possível investidor o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), por meio do fundo de investimentos Criatec, destinado à aplicação em empresas inovadoras emergentes. Os negócios de venture capital também são indicados para esses empreendedores.
No caso do empresário que já está no mercado, é obrigatório ter em mãos um plano de negócios. “O mais importante nessa fase é a empresa ter elaborado uma estratégia de crescimento rápido com o menor investimento possível”, afirma Nakagawa. Uma dica do especialista é pesquisar no site da Associação Brasileira de Private Equity e Venture Capital (abvcap.com.br). Lá, existe uma lista de potenciais investidores, inclusive divididos por área de atuação.
Preparação. Quem reforça a necessidade de preparação por parte do empreendedor brasileiro que pretende atrair investidores é Sergio Risola, diretor-executivo do Centro de Inovação, Empreendedorismo e Tecnologia (Cietec) de São Paulo. “Tem mais dinheiro do que projeto bem arrumado e com qualidade”, afirma o também especialista em startups brasileiras. Para Risola, a empresa tem que ter no seu plano de negócios um capítulo especial dedicado para potenciais investidores.
Além do que está escrito, é necessário que o empreendedor se destaque pessoalmente. “O que vale mesmo é o visual, o cara a cara, isso é mais fundamental que tudo”, acrescenta Risola. Errar nesse momento pode ser um pecado mortal, segundo o diretor do Cietec. “Os empreendedores têm que demonstrar que são apaixonados por aquilo que apresentam e querem mudar o mundo com aquilo, e não rodar o mundo, viajar com o dinheiro que vão receber”, ilustra.
De acordo com Sergio Risola, outra dica importante é formar uma equipe de profissionais em torno da ideia apresentada, o que sempre ajuda no momento de apresentar o negócio para investimento. “É bom mostrar que além do líder há um time e uma estrutura para executar o projeto”, conclui.
Dicas:
Começo
É importante mostrar o contexto onde a ideia está inserida para se criar uma lógica que facilite o entendimento.
Problema
Depois, deve-se mostrar o problema que o seu negócio pretende resolver. E a solução que você criou.
Dinâmica
Nessa etapa é que o empreendedor vai explicar como seu produto ou serviço funciona efetivamente.
Benefícios
O empresário então apresenta quais são os benefícios, as vantagens competitivas do seu projeto.
Fonte: O Estado de São Paulo
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