A economia mundial vai acelerar seu crescimento a 3,9% em 2018 e 2019, anunciou a Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), que elevou suas projeções. Em novembro, na última estimativa, a previsão era de que a expansão seria de 3,7% em 2018 e 3,6% em 2019.
A OCDE, no entanto, fez uma advertência sobre o “perigo” do protecionismo, depois que o presidente americano Donald Trump anunciou a adoção de tarifas para as importações de aço e alumínio. O relatório aponta que há “tensões que podem ameaçar um crescimento forte e sustentável a média prazo”.
Para o Brasil, as expectativas também melhoraram, com projeção agora de uma expansão de 2,2% este ano, contra 1,9% antes. Para 2019, a melhora foi de 0,1 ponto percentual, a 2,4%.
“O protecionismo comercial permanece um risco chave que afetaria de forma negativa confiança, investimento e empregos. Governos das economias produtoras de aço devem confiar em soluções globais para solucionar o excesso de capacidade na indústria”, aponta o documento.
– Achamos que a economia mais forte está aqui para ficar nos próximos dois anos – disse à Reuters o economista-chefe interino da OCDE, Álvaro Pereira. – Estamos voltando a circunstâncias mais normais do que vimos nos últimos 10 anos.
A recuperação do investimento empresarial global vai manter o crescimento do comércio em cerca de 5% este ano, projetou a OCDE.
Entretanto, a organização afirmou que a economia global está vulnerável a uma escalada de tensões comerciais após a administração do presidente dos EUA, Donald Trump, ter adotado tarifas de importação sobre o aço e o alumínio.
– Isso pode obviamente ameaçar a recuperação. Com certeza acreditamos que esse é um risco significativo, portanto esperamos que isso não se materialize porque seria bastante prejudicial – disse Pereira.
A OCDE projeta que a economia dos EUA crescerá 2,9% este ano e 2,8% em 2019, com os cortes tributários acrescentando 0,5 a 0,75 ponto percentual ao cenário em ambos os anos.
Diante desse cenário, o Federal Reserve provavelmente terá que elevar a taxa de juros quatro vezes este ano com a aceleração da inflação, completou Pereira. Antes a OCDE previa três altas dos juros pelo banco central dos EUA.
Entre outras economias, o crescimento mais forte na França e na Alemanha melhorou o cenário para a zona do euro, cuja expectativa de crescimento passou a 2,3% este ano e 2,1% em 2019. Anteriormente a OCDE via expansão de 2,1% e 1,9% respectivamente.
Fonte: “O Globo”