A Organização Mundial do Comércio (OMC) pede que governos “reflitam”, “conversem” e evitem a adoção de barreiras comerciais. A declaração, uma repetição do que já foi anunciado no começo da semana, foi feita depois da decisão do governo de Donald Trump de ir adiante com as barreiras ao aço e alumínio, anunciadas nesta quinta-feira, 8, pela Casa Branca.
Recuperando uma declaração já feita pelo diretor-geral da OMC, Roberto Azevedo, a entidade insistiu na necessidade de manter o diálogo entre os governos com o objetivo de se evitar uma guerra comercial.
“Está claro que vemos um risco muito maior e claro de iniciar uma escala de barreiras comerciais pelo mundo”, disse Azevedo. “Não podemos ignorar esse risco e pedimos a todos que considerem e reflitam sobre essa situação de forma cuidadosa”, completou.
Daniel Pruzin, assessor de imprensa da OMC, confirmou que o tom é o de um apelo ao diálogo. “Ainda há tempo para conversar”, disse. “A medida só entra em vigor em 15 dias”, apontou. Segundo ele, o diálogo pode ocorrer nos comitês da OMC e, mesmo depois que uma queixa formal seja lançada, as conversas podem continuar.
Azevedo estará em Brasília para uma reunião com o presidente Michel Temer na segunda-feira, 12, e, de lá, segue para São Paulo. Ele vem insistindo no impacto que a medida americana e as respostas dos parceiros comerciais poderiam ter.
“Uma vez que entremos nesse caminho, será muito difícil reverter a direção”, disse Azevedo. “Olho por olho deixará todos nós cegos e o mundo em uma profunda recessão”, afirmou o brasileiro.
“Temos de fazer todos os esforços para evitar ver o primeiro dominó cair. Ainda há tempo”, disse o diplomata. Na OMC, jamais um governo deixou a entidade, mas o processo para uma retirada de um país poderia durar pelo menos seis meses.
Fonte: “O Estado de S. Paulo”