Imagine como seria bom superar o pífio crescimento econômico de 2012, de cerca de 1%, e alçar o Brasil a posições mais elevadas no cenário internacional adotando apenas 11 medidas. Convidados pela revista “Veja”, especialistas de diversas áreas aceitaram o desafio e desenvolveram propostas simples para resolver problemas em setores estratégicos como o de economia, educação, política, justiça e saúde.
O passo a passo para o crescimento passa pelas seguintes etapas: 1- Fazer mais com menos, 2- gastos sociais para quem precisa, 3- menos corrupção, 4- pibão, 5- mais dinheiro no bolso, 6- a força dos contratos, 7- poder para a próxima geração, 8- escolas que ensinam, 9- justiça rápida, 10- saúde de qualidade e 11- infraestrutura moderna.
O ex-presidente do Banco Central, Gustavo Franco, sugere que os contratos de trabalho tenham natureza civil e sejam inteiramente negociáveis entre as partes. O cientista político, Jairo Nicolau, pede a proibição das doações de empresas a candidatos e a partidos. O ex-presidente do BNDES, Edmar Bacha, defende uma tarifa máxima de importação de 10%.
Veja todos os pontos do relatório
1 – Fazer mais com menos. Edmar Bacha solicita a criação de mecanismos de avaliação dos gastos sociais do governo. Ele sugere encomendar um estudo ao Banco Mundial que mostre os ganhos comparativos obtidos em países que fazem esse tipo de medição.
2 – Gastos sociais para quem precisa. Segundo Bacha, Apenas as camadas menos favorecidas da população teriam acesso aos direitos básicos à previdência, saúde e educação previstos na Constituição. Serviços complexos e luxuosos ficam restritos ao setor privado.
3 – Menos corrupção. O cientista político Jairo Nicolau defende a proibição das doações de empresas a candidatos e partidos e o estabelecimento do teto de 15 mil reais para doações de pessoas físicas.
4 – Pibão. Edmar Bacha é a favor de uma tarifa máxima de importação de 10% e a proibição da exigência de conteúdo nacional nos financiamentos do BNDES e nas compras governamentais.
5 e 6 – Mais dinheiro no bolso e a força dos contratos. Gustavo Franco elaborou a quinta e a sexta etapa do manual do crescimento. Sua primeira colocação defende o direito que cada trabalhador decidir como aplicar a sua poupança. O segundo conselho do economista é que os contratos de trabalho tenham natureza civil e sejam inteiramente negociáveis entre as partes, com exceção dos casos em que o salário do trabalhador estiver na faixa de isenção do imposto de renda.
7 – Poder para a próxima geração. O ex-presidente do Banco Central, Armínio Fraga, defende que toda mãe tenha o direito a votar em cada eleição tantas vezes quanto forem os seus filhos menores de 16 anos.
8- Escolas que ensinam. A diretora executiva da Fundação Seade, Maria Helena Guimarães Castro, é a favor da substituição ou afastamentos dos diretores e vice-diretores de escolas onde o desempenho dos alunos não atingirem as metas pré-estabelecidas.
9 – Justiça rápida. Para o professor de economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Armando Castelar, o prazo máximo para a conclusão de um processo deve ser de três anos.
10 – Saúde de qualidade. O ex-diretor adjunto de Estatísticas Sociais e População do IBGE, André Medici, sugere que os sistemas público e privado de saúde sejam submentidos as mesmas regras e tenham que competir por pacientes.
11 – Infraestrutura moderna. No último ponto da relação, o economista Raul Velloso, ressalta que a manutenção do volume de investimento anual do governo em transporte seja de 1,4% do PIB. Para Velloso, os membros do Congresso e do Executivo com poder sobre o setor no ano em que o índice cair abaixo de 1,4% devem ficar inelegíveis por quatro anos.
Fonte: “Veja”, 09/01/2013
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