Modernamente, bens produzidos são transportados para centros de consumo por transportes rodoviários, ferroviários, fluviais, marítimos e aeroviários. Nestas breves linhas, traçaremos o panorama da utilização destes meios de transportes no Brasil atual, suas condições e deficiências.
Deixando de lado os lombos de burros e estradas carroçáveis, as ferrovias foram o primeiro meio de transporte utilizado pelo Brasil, desde o século XIX. Primeiramente, com capitais ingleses e franceses. Com a República, os trilhos continuaram sendo lançados por outras empresas, tornando-se o transporte ferroviário o principal existente, não só para cargas como para transporte de passageiros. Com o correr do tempo, com a concorrência das rodovias e a nefasta estatização das ferrovias, o transporte ferroviário, com pequenas exceções, praticamente extinguiu-se. Hoje, com a privatização, nota-se recuperação do setor.
Vieram as rodovias. Um presidente (Washington Luis) chegou a dizer: “Governar é abrir estradas”, referindo-se às rodovias. Só que esqueceu de comparar o custo de transporte por ferrovias ou por rodovias. Acrescente-se que, mais de 60% de nossas atuais rodovias estão em estado precário.
Chegamos ao transporte fluvial. Aí o descaso brasileiro é total. Ele é praticamente ignorado pelo poder público no transporte de grandes quantidades de carga. Os investimentos em melhoria de hidrovias são praticamente nulos. No entanto, a navegação interior é extremamente importante no conjunto de transportes do Brasil. Sua necessidade cresce, tornando-se um imperativo para o desenvolvimento em país com grande dimensão territorial com o nosso. Pode-se afirmar, em números médios, que o transporte fluvial é 4 vezes mais econômico que o ferroviário e 12 vezes mais econômico que o rodoviário.
Quanto ao transporte marítimo de cabotagem, basta a extensão da costa brasileira para ver quanto ele é importante no transporte de cargas pesadas entre os estados. O navio é imbatível no transporte de cargas de grande volume e peso. No entanto, o transporte de cargas na cabotagem não tem regularidade. Não há escalas prefixadas. Causas: estado precário de nossos portos marítimos, com equipamentos deteriorados, obsoleta legislação trabalhista portuária e burocracia excessiva para despachar os navios. Doze ministérios interferem no despacho de um navio.
Quanto ao transporte aéreo, hoje o principal meio de transporte de passageiros no Brasil, dada a imensidão de nosso território, nada preciso comentar. A mídia mostra diariamente, o “caos aéreo” existente, com uma “Infraero” loteada entre políticos.
Resumindo: ferrovias poucas, rodovias em mau estado, cargas por navegação fluvial mínimas, portos obsoletos, navegação marítima de cabotagem, sem linhas regulares, aeroportos congestionados. Este é o atual quadro dos transportes no Brasil. Para qualquer lado que se vire, as opções de transporte eficiente no Brasil são diminutas. Vamos ver se o governo que ora se instala no Brasil, dará mais atenção ao setor. São esperanças, porque, como dizia De Maistre, diplomata francês: “Cada nação tem o governo que merece”.
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