David Vélez e Cristina Junqueira, fundadores do Nubank, se encontram nesta segunda-feira (16/10) com startups participantes do Campus Exchange Latam Fintech, promovido pelo Campus São Paulo.
Os executivos contaram como a startup de cartões de crédito enfrentou gigantes do setor financeiro para se estabelecer no mercado nacional e apontaram os maiores desafios para as fintechs brasileiras.
A hora e a vez das fintechs: ouça o podcast com Daniel Gomes, CEO da Nexoos
1. Enfrentar o pessimismo
“Quando disse qual era minha ideia, disseram que eu estava louco. Que seria impossível enfrentar as grandes instituições financeiras. Que eu não conhecia o Brasil e que seria impossível competir com os grandes bancos. Mas nos demos conta que o ambiente era mais favorável do que todos pensavam”, afirma o colombiano David Vélez, fundador e CEO do Nubank.
2. Construir uma cultura
“A cultura é muito importante porque é o que vai nos ajudar a competir com uma grande empresa. Ela tem que estar alinhada a uma estratégia. É preciso convencer os consumidores a comprar sua cultura, não seu produto. Nossa cultura é inspirada em empresas como Netflix e Amazon”, diz Vélez.
3. Formar uma boa equipe
“A regulação é difícil. A operação é difícil. Tem muitas coisas do mercado que são complicadas. Mas o mais trabalhoso é formar uma boa equipe. O número de desenvolvedores e engenheiros que temos hoje no mercado brasileiro não é tão grande quanto a demanda que temos”, afirma Cristina Junqueira, cofundadora do Nubank.
4. Identificar oportunidades
“No Brasil, as pessoas pagam muitas taxas e não têm boas experiências com os bancos. Decidimos entregar o que elas precisavam. Demos o controle do dinheiro, tiramos as taxas e livramos os clientes da burocracia. As pessoas ficaram tão animadas com nosso produto que passaram a convidar amigos e familiares para o Nubank”, afirma Cristina.
5. Ser transparente
“As pessoas perceberam que a gente não cobrava taxas. No começo tinha alguma desconfiança, mas passamos a comunicar exatamente o que nós somos. Fomos muito transparentes e quando decidimos cobrar por um serviço, explicamos exatamente porque estávamos fazendo isso”, diz a cofundadora.
6. Adaptar-se à regulação
“Acho que o mais difícil ainda é a regulação. É muito difícil de entender todos os trâmites. Além disso, o setor requer muitas parcerias. Para você emprestar dinheiro para as pessoas, por exemplo, precisa fazer parceria com um banco, algo caro e que nem todos os bancos querem fazer, porque enxergam as fintechs como concorrentes”.
Panorama
André Barrence, diretor do Google Campus São Paulo, também participou do evento desta segunda-feira.
O executivo disse que o mercado para as startups financeiras evoluiu muito nos últimos cinco anos. “Talvez, dentro do ecossistema de startups no Brasil, o de fintechs seja um dos mais avançados”, afirmou Barrence.
Apesar disso, Barrence analisou que esse mercado ainda está em “maturação” e tem muito a crescer nos próximos anos. “Daqui a algum tempo, o próprio público consumidor vai estar mais aberto e confortável de consumir serviços financeiros dessas startups. Isso vai fechar um ciclo interessante, um número crescente de empresas, um número grande de investidores e um número crescente de usuários que vão se tornar grandes consumidores desses serviços.
Fonte: “Época negócios”.
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