Nenhum estado sofreu tanto quanto o Espírito Santo durante a crise econômica brasileira, enquanto Roraima e Pará foram os menos afetados.
Os cálculos são da consultoria Tendências com base em dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
A queda acumulada do Produto Interno Bruto (PIB) no Brasil no período de 2015 e 2016 foi de 6,9%, mas passou dos 9% em 8 unidades da federação. Veja quais são elas:
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O líder em queda foi o Espírito Santo. Segundo Camila Saito, economista da Tendências, a economia do estado é muito dependente da indústria extrativa, afetada em cheio pelo desastre da mineradora Samarco.
A barragem de Fundão que se rompeu é em Mariana, no estado de Minas Gerais, mas o efeito da lama atingiu em cheio o estado vizinho.
“Ainda há muita incerteza, mas a previsão é que a produção da empresa comece a mostrar uma retomada mais forte mais só para o final de 2019”, diz ela.
Chama a atenção o contraste entre dois estados vizinhos: de um lado, o Pará foi o segundo estado brasileiro menos afetado pela recessão, com queda acumulada de apenas 1,2%. Segundo Camila, a explicação está na maturação de vários projetos de mineração da Vale no estado.
Do outro lado, o Amazonas apresentou queda de dois dígitos. Um dos motivos é que grande parte da atividade do estado está concentrada na Zona Franca de Manaus, um pólo de produção de eletroeletrônicos, muito sensível ao ciclo econômico.
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“A indústria em geral foi uma das mais prejudicadas no país. O mapa mostra que sofreram mais as regiões onde é maior o peso dos setores mais afetados, como automotivo, construção civil e bens de capital”, diz Camila.
As menores quedas de PIB estaduais foram de Roraima (-0,4%), do já citado Pará (-1,3%), do Distrito Federal (-4,2%) e do Acre (-4,6%).
Perto da média nacional (-6,9%) estão as duas maiores economias estaduais: São Paulo, com queda de 7%, e Rio de Janeiro, com queda de 6,6%.
O Rio compartilha com outros estados da federação, como Rio Grande do Sul e Rio Grande do Norte, outro fator que é ao mesmo tempo causa e consequência da recessão: a crise fiscal.
“Isso prejudicou o desempenho. Em casos extremos como o carioca, por exemplo, o atraso no pagamentos de servidor afeta diretamente o consumo das famílias e a massa de renda”, diz Camila.
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O corte dos investimentos públicos, que atingiram em 2017 seu menor nível em 50 anos como proporção do PIB, também teve o seu papel.
A região Nordeste, mais dependente deste tipo de recurso, tem vários estados entre as maiores quedas de PIB e a previsão de Tendências é que a recuperação deve ser demorada.
Os estados de Maranhão, Piauí e Bahia, especificamente, também sofreram com uma “quebra severa da safra agrícola” no período em questão, segundo a consultoria.
Veja no mapa qual foi a perda acumulada de cada um dos estados brasileiros em 2015 e 2016:
Fonte: “Exame”