Entrevista da Secretária Municipal de Educação Claudia Costin falando dos desafios de educar em áreas de risco
Jornal “O Globo”, 13 de junho de 2010-Página 19.
Escolas: suporte social para as UPPs.
Secretária municipal de Educação anuncia parceria com o estado em favelas pacificadas. Continuar encarando a difícil tarefa de educar em áreas de risco e participar ativamente do processo de implementação de projetos sociais em comunidades pacificadas estão entre os principais desafios da secretária municipal de Educação, Claudia Costin. Em agosto, o programa Escolas do Amanhã, de reforço escolar em 150 unidades cujos alunos são afetados pela violência, completa um ano. “É bom saber que estamos conseguindo atuar numa parte esquecida da cidade, de onde pode vir uma transformação importante”, diz ela.
O Globo: Um dos grandes desafios para o trabalho nas Escolas do Amanhã, como foi abordado na série “O x da questão”, é fazer as crianças que moram em favelas conseguirem ter sonhos. Isso está mais perto de acontecer?
Cláudia Costin: Já podemos perceber que há uma melhoria da aprendizagem especialmente do 1º ao 6º ano do ensino fundamental. Mas é muito cedo para comemorar. O importante é que o projeto está andando e se consolidando. O modelo, com estagiários, oficinas com várias atividades, mães voluntárias, entre outras iniciativas, vingou. O projeto Escolas do Amanhã chegou praticamente junto com o das Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs).
O Globo: As escolas municipais estão se inserindo nesse processo?
Costin: Nas áreas pacificadas, estamos conversando com o estado para fazer um trabalho conjunto. Ali, durante muitos anos, a escola foi praticamente a única presença do poder público nessas áreas. Há uma experiência acumulada pela equipe escolar que pode ser repassada.
O Globo: De que forma pode haver essa parceria?
Costin: Já tivemos reuniões com a Secretaria estadual de Assistência Social. A aprendizagem que a escola teve na comunidade pode ser compartilhada no processo de introdução dos novos serviços sociais. As escolas já têm, por exemplo, um mapeamento das famílias, que pode ser importantes no lançamento de campanhas de saúde. Ao se introduzir um sistema de coleta de lixo seletiva, as próprias crianças podem ajudar.
O Globo: E nas áreas conflagradas? É possível educar?
Costin: É bom saber que estamos conseguindo atuar numa parte esquecida da cidade, de onde pode vir uma transformação importante. Mas é um desafio imenso. Há casos em que procuramos a Secretaria de Segurança. Tem um limite do que podemos fazer, não vamos ser ingênuos. A educação, como política pública, resolve algumas coisas, mas não consegue resolver tudo.
O Globo: O papel das diretoras das escolas é fundamental?
Costin: Elas são de um comprometimento impressionante. A gente tem que ter um motivo na vida: elas deram o motivo para a vida delas, que é trabalhar por essas crianças.
O Globo: E os professores? Muitos não querem trabalhar nos colégios em áreas de risco.
Costin: Realmente é compreensível que o professor jovem não queira permanecer numa escola em área de risco no curto prazo. No médio prazo, pode mudar. Mas, além do prêmio anual que implementamos no projeto, vou levar ao prefeito o pedido de algum diferencial de salário, uma gratificação extra. É algo que ajudaria a fixar os professores e a reconhecer o seu trabalho.
Entrevista da Secretária Municipal de Educação Claudia Costin falando dos desafios de educar em áreas de risco
Jornal “O Globo”, 13 de junho de 2010-Página 19.
Escolas: suporte social para as UPPs.
Secretária municipal de Educação anuncia parceria com o estado em favelas pacificadas. Continuar encarando a difícil tarefa de educar em áreas de risco e participar ativamente do processo de implementação de projetos sociais em comunidades pacificadas estão entre os principais desafios da secretária municipal de Educação, Claudia Costin. Em agosto, o programa Escolas do Amanhã, de reforço escolar em 150 unidades cujos alunos são afetados pela violência, completa um ano. “É bom saber que estamos conseguindo atuar numa parte esquecida da cidade, de onde pode vir uma transformação importante”, diz ela.
O Globo: Um dos grandes desafios para o trabalho nas Escolas do Amanhã, como foi abordado na série “O x da questão”, é fazer as crianças que moram em favelas conseguirem ter sonhos. Isso está mais perto de acontecer?
Cláudia Costin: Já podemos perceber que há uma melhoria da aprendizagem especialmente do 1º ao 6º ano do ensino fundamental. Mas é muito cedo para comemorar. O importante é que o projeto está andando e se consolidando. O modelo, com estagiários, oficinas com várias atividades, mães voluntárias, entre outras iniciativas, vingou. O projeto Escolas do Amanhã chegou praticamente junto com o das Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs).
O Globo: As escolas municipais estão se inserindo nesse processo?
Costin: Nas áreas pacificadas, estamos conversando com o estado para fazer um trabalho conjunto. Ali, durante muitos anos, a escola foi praticamente a única presença do poder público nessas áreas. Há uma experiência acumulada pela equipe escolar que pode ser repassada.
O Globo: De que forma pode haver essa parceria?
Costin: Já tivemos reuniões com a Secretaria estadual de Assistência Social. A aprendizagem que a escola teve na comunidade pode ser compartilhada no processo de introdução dos novos serviços sociais. As escolas já têm, por exemplo, um mapeamento das famílias, que pode ser importantes no lançamento de campanhas de saúde. Ao se introduzir um sistema de coleta de lixo seletiva, as próprias crianças podem ajudar.
O Globo: E nas áreas conflagradas? É possível educar?
Costin: É bom saber que estamos conseguindo atuar numa parte esquecida da cidade, de onde pode vir uma transformação importante. Mas é um desafio imenso. Há casos em que procuramos a Secretaria de Segurança. Tem um limite do que podemos fazer, não vamos ser ingênuos. A educação, como política pública, resolve algumas coisas, mas não consegue resolver tudo.
O Globo: O papel das diretoras das escolas é fundamental?
Costin: Elas são de um comprometimento impressionante. A gente tem que ter um motivo na vida: elas deram o motivo para a vida delas, que é trabalhar por essas crianças.
O Globo: E os professores? Muitos não querem trabalhar nos colégios em áreas de risco.
Costin: Realmente é compreensível que o professor jovem não queira permanecer numa escola em área de risco no curto prazo. No médio prazo, pode mudar. Mas, além do prêmio anual que implementamos no projeto, vou levar ao prefeito o pedido de algum diferencial de salário, uma gratificação extra. É algo que ajudaria a fixar os professores e a reconhecer o seu trabalho.
Entrevista da Secretária Municipal de Educação Claudia Costin falando dos desafios de educar em áreas de risco
Jornal “O Globo”, 13 de junho de 2010-Página 19.
Escolas: suporte social para as UPPs.
Secretária municipal de Educação anuncia parceria com o estado em favelas pacificadas. Continuar encarando a difícil tarefa de educar em áreas de risco e participar ativamente do processo de implementação de projetos sociais em comunidades pacificadas estão entre os principais desafios da secretária municipal de Educação, Claudia Costin. Em agosto, o programa Escolas do Amanhã, de reforço escolar em 150 unidades cujos alunos são afetados pela violência, completa um ano. “É bom saber que estamos conseguindo atuar numa parte esquecida da cidade, de onde pode vir uma transformação importante”, diz ela.
O Globo: Um dos grandes desafios para o trabalho nas Escolas do Amanhã, como foi abordado na série “O x da questão”, é fazer as crianças que moram em favelas conseguirem ter sonhos. Isso está mais perto de acontecer?
Cláudia Costin: Já podemos perceber que há uma melhoria da aprendizagem especialmente do 1º ao 6º ano do ensino fundamental. Mas é muito cedo para comemorar. O importante é que o projeto está andando e se consolidando. O modelo, com estagiários, oficinas com várias atividades, mães voluntárias, entre outras iniciativas, vingou. O projeto Escolas do Amanhã chegou praticamente junto com o das Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs).
O Globo: As escolas municipais estão se inserindo nesse processo?
Costin: Nas áreas pacificadas, estamos conversando com o estado para fazer um trabalho conjunto. Ali, durante muitos anos, a escola foi praticamente a única presença do poder público nessas áreas. Há uma experiência acumulada pela equipe escolar que pode ser repassada.
O Globo: De que forma pode haver essa parceria?
Costin: Já tivemos reuniões com a Secretaria estadual de Assistência Social. A aprendizagem que a escola teve na comunidade pode ser compartilhada no processo de introdução dos novos serviços sociais. As escolas já têm, por exemplo, um mapeamento das famílias, que pode ser importantes no lançamento de campanhas de saúde. Ao se introduzir um sistema de coleta de lixo seletiva, as próprias crianças podem ajudar.
O Globo: E nas áreas conflagradas? É possível educar?
Costin: É bom saber que estamos conseguindo atuar numa parte esquecida da cidade, de onde pode vir uma transformação importante. Mas é um desafio imenso. Há casos em que procuramos a Secretaria de Segurança. Tem um limite do que podemos fazer, não vamos ser ingênuos. A educação, como política pública, resolve algumas coisas, mas não consegue resolver tudo.
O Globo: O papel das diretoras das escolas é fundamental?
Costin: Elas são de um comprometimento impressionante. A gente tem que ter um motivo na vida: elas deram o motivo para a vida delas, que é trabalhar por essas crianças.
O Globo: E os professores? Muitos não querem trabalhar nos colégios em áreas de risco.
Costin: Realmente é compreensível que o professor jovem não queira permanecer numa escola em área de risco no curto prazo. No médio prazo, pode mudar. Mas, além do prêmio anual que implementamos no projeto, vou levar ao prefeito o pedido de algum diferencial de salário, uma gratificação extra. É algo que ajudaria a fixar os professores e a reconhecer o seu trabalho.
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