*por Arnaldo Vhieira, coordenador do curso de gestão financeira do Complexo Educacional FMU
As primeiras experiências na vida sempre são idealizadas com sonhos positivos, mas a realidade se apresenta de forma diferente e cheia de desarmonia: o ideal se torna real. Assim é a vida de um empreendedor, com seus altos e baixos, principalmente quando se trata do primeiro negócio.
Para o pequeno e novo empreendedor, os erros e os pecados sempre estarão presentes e inesquecíveis, sendo que por vezes passam como um rolo compressor nos acertos, não os deixando aparentes. Diante de uma primeira crise financeira, vem a pergunta: qual pecado cometi? Onde foi que errei?
Sabemos que a partir de uma concepção religiosa, pecado significa desobediência às leis maiores, ou à vontade das leis divinas. Significa errar, não atingir o alvo, ideal ou padrão. Pode ser menor ou maior.
Ainda pensando nessa concepção, podemos nos reconciliar, pedindo perdão a partir da consciência dos erros e da promessa de nunca mais cometê-los. Essa promessa é a principal virtude para quem, realmente, quer mudar o contexto no qual está vivendo.
Enumeramos aqui alguns dos maiores pecados cometidos por empreendedores de primeira viagem:
1. Gastar mais do que realmente está ganhando: ou seja, as despesas operacionais superam as receitas obtidas (caixa);
2. Não controlar o fluxo de caixa: como consequência, não saber o que realmente está gastando ou ganhando;
3. Fazer investimentos em excesso: sem levar em conta a sua realidade ou exatamente o tamanho do seu negócio e o real faturamento em caixa;
4. Não se disciplinar nas tomadas de decisões: principalmente naquelas que envolvem investimento financeiro;
5. Não poupar: ou não destinar uma quantia do dinheiro do fluxo de caixa para a conta de capital circulante e outra para a reserva de capital;
6. Deixar de pensar sistematicamente: ou seja, focando apenas nas finanças e esquecendo que tudo no mundo dos negócios está relacionado. A gestão financeira está totalmente relacionada às outras ações estratégicas organizacionais;
7. Não negociar com os envolvidos nos processos, diante de um descontrole ou crise financeira (fornecedores em geral).
Por fim, sabemos que cometemos muitos outros pecados. Pontuamos aqui somente 7, considerando-os como capitais. Importante entender que, para remissão desses e de outros e a total conciliação com as “santas divindades” da gestão financeira, temos que nos comprometer a organizar, disciplinar, criar e equilibrar.
Já dizia Paulinho da Viola: “Dinheiro na mão é vendaval / na vida de um sonhador / Dinheiro na mão é solução…”. Portanto, controlar essa solução é a principal remissão de todos os pecados financeiros.
Fonte: “Exame”.
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