O Instituto Brasileiro do Geografia e Estatística (IBGE) divulgou ontem que o Produto Interno Bruto (PIB) – o conjunto de todos os bens e serviços produzidos no país – cresceu 7,5% em 2010 e movimentou o equivalente a R$ 3,675 trilhões.
Um resultado excepcional, mesmo levando-se em consideração que a base de comparação, 2009, foi um ano em que a economia praticamente repetiu o desempenho do ano anterior, o que também foi significativo, dadas as consequências da crise financeira mundial que mostrou seu cheiro em 2007 e eclodiu em 2008.
O cruzamento das informações fornecidas pelo IBGE com outro estudo realizado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) mostra o tamanho do potencial de negócios pelo qual passa o país.
A instituição de fomento mapeou projetos cujos desembolsos, até 2014, podem chegar a R$ 3,3 trilhões. Se concretizado, será o maior ciclo de investimentos no Brasil desde a década de 1970, conhecida como a do milagre econômico. É como se, a cada quatro anos, fosse injetado um PIB na economia em forma de investimentos.
As projeções do BNDES estimam que a média anual de crescimento da economia brasileira entre 2011 e 2014 será de 5,8%, maior que a traçada para a expansão da economia mundial, da ordem de 3,5%.
Embora satisfeita com os números atuais, a presidente Dilma Rousseff afirmou que o otimismo não se transformará em ufanismo nem fará com que o governo esmoreça os esforços no combate à inflação.
Desde 1986, o PIB brasileiro não tinha um crescimento desse tamanho. Há que se lembrar que 24 anos atrás vivíamos o Plano Cruzado, que naufragou pela condução mais política que técnica do programa anti-inflacionário e pela pouca colaboração das empresas para o seu sucesso.
Deu no que deu: um plano fracassado após outro e um custo de vida que chegou a 80% ao mês em 1990. Ainda hoje, mesmo com a carestia domada, nossos atos ainda estão contaminados com uma memória inflacionária residual.
Fonte: Brasil Econômico, 04/03/2011
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