É o que eu sempre digo: a economia é um círculo vicioso. Em outras palavras, quando o consumo está muito inflado, o governo se preocupa porque, conforme aprendemos na faculdade, sempre que a procura é grande, o preço se eleva. Nesse contexto, a inflação sobe e, consequentemente, o consumo tende a cair.
Consumo baixo significa desaceleração da indústria, estoque “encalhado” e, obviamente, desemprego.
Tudo isso sem contar que o consumo dos brasileiros no exterior cresce a cada dia, o que também prejudica o produto nacional.
O cenário atual é de questionamentos por parte do setor industrial provocados pelos mesmos problemas de sempre: carga tributária elevada, custo burocrático e falta de infraestrutura.
Tantas queixas têm provocado perdas financeiras para o comércio e indústria, instabilidade econômica, desconfiança de investidores e queda na classificação de risco, segundo avaliação da Standard & Poor´s, através da qual é medido o grau de risco em investir no Brasil.
Sob a pressão provocada por tantos questionamentos por parte da indústria, o governo federal publicou no último dia 20 de junho um pacote de medidas que visa dar um fôlego à economia.
Através das Leis no 12.995 e 12.996/14 a economia será beneficiada com desonerações, resultado de incentivos fiscais.
Uma delas, muito representativa, foi a reabertura do prazo, até 31 de agosto de 2014, para parcelamento de dívidas de tributos administrados pela Receita Federal.
Através das medidas, o governo também se preocupou com a sonegação. Por isso, setores como construção civil serão mais “observados” pelo fisco na medida em que assumirão a responsabilidade solidária pela retenção da contribuição para a seguridade social sempre que contratar serviços ligados a área de tecnologia da informação. A iniciativa visa unicamente o combate à evasão fiscal (uma forma de evitar o pagamento de tributos por meio ilícitos).
A indústria automotiva também foi beneficiada com a possibilidade de aplicação de alíquotas menores para o Imposto sobre Produtos Industrializados – IPI para as empresas que estiverem enquadradas no Programa Inovar Auto, instituído em 2012 através do Plano Brasil Maior.
Há quem diga que a medida tem intenções eleitoreiras. De toda forma, a verdade é única: a economia brasileira está sufocada e a sociedade está, a cada dia, mais consciente de sua responsabilidade, especialmente no que diz respeito a sua condição de contribuinte.
O Brasil é um país com uma história jovem, mas de anseios antigos. Uma nova consciência precisa ser estabelecida na sociedade. Novas atitudes são esperadas.
O grito da sociedade não precisa ter ruído físico. O clamor dos brasileiros precisa e deve provocar mudanças substanciais no exercício de nossos representantes.
Os brasileiros têm o poder do voto. E é esse poder que pode mudar tudo. É esse poder que têm o verdadeiro peso para mudar verdadeiramente a realidade econômica brasileira.
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