Pois é. Conforme dados referentes ao 10º balanço do PAC, o qual foi apresentado na manhã desta quarta-feira (2 de junho), até abril último foram concluídos apenas 46,1% dos investimentos previstos de 2007 até o corrente ano no chamado Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), cuja maternidade foi atribuída pelo presidente Luis Inácio Lula da Silva a então ministra Dilma Roussef, não por acaso sua ungida pré-candidata à presidência da República.
A sete meses do final não somente do governo, mas da era, ou, até mesmo, do ciclo político Lula, nem sequer a metade do programa foi concluído.
Os números não mentem e apenas confirmam aquilo que já sabíamos: o PAC foi lançado com pompa e circunstância em um grande festival pirotécnico – um verdadeiro PACtóide -, mas deixou suas principais medidas ecoando junto à mídia e à opinião pública. Contudo, na prática, pouco se viu em relação à adoção de medidas para fins de remoção dos entraves burocráticos, administrativos, ambientais, normativo-legislativos e jurídicos ao crescimento econômico e muito menos obras de infra-estrutura!
Ora, chega de retórica discursiva! Queremos gestão governamental eficiente e eficaz, que valorize cada centavo de Real que é vorazmente arrancado da sociedade contribuinte através da cada vez maior e mais pesada carga tributária. Além disso, que o senhor presidente da República compreenda que a mais do que recorrente postulação por reformas estruturais profundas e abrangentes já se constitui num verdadeiro clamor que vem, tanto de dentro, quanto de fora do país. E não são opiniões quaisquer. São expressivas lideranças empresarias, analistas econômicos, cientistas políticos, os quais, sob o manto do bom senso e da lucidez fazem quase que incansavelmente um apelo ao óbvio, pois é gritantemente óbvia a necessidade de se aprofundar aquelas reformas que foram apenas muito timidamente realizadas no Brasil, para que seja possível, efetivamente, desenvolver o capitalismo no país, fortalecendo a livre iniciativa, o direito à propriedade, a garantia aos contratos, libertando-nos das amarras impostas por um Estado cada vez mais máximo no que tange ao seu peso sobre os ombros da sociedade contribuinte (famílias e empresas), e cada vez mais mínimo na sua eficiência.
Presidente Lula, o senhor foi ungido pelas urnas e continua ungido pelos elevados índices de popularidade, é verdade. Mas é preciso que senhor não se esqueça: Todo o seu poder emana do povo. Do mesmo povo que o elegeu. O senhor “está” empregado como presidente da República, por um segundo mandato, que tem data para terminar, e logo logo terá fim a era Lula (ufa!). Portanto, não se esqueça que todos nós cidadãos brasileiros, mesmo aqueles que não votaram a favor da sua eleição ou reeleição (entre os quais me incluo), o “contratamos” para fins de exercer um segundo mandato presidencial, justamente pelo poder do voto concedido a nós, numa sociedade democrática e que quer ser justa. Sendo assim, é melhor o senhor trabalhar, e bastante, no pouco que resta do seu mandato, pois queremos resultados. Ah, já ia esquecendo de lembrá-lo: estou falando em trabalhar e não em gastar de forma perdulária empregando a sua fiel companheirada nos diversos escalões e porões da República Tupiniquim.
Queremos um Brasil mais e melhor para nós, nossos filhos e netos. Pois então, senhor presidente, trabalhe. Mãos à obra! Ao invés de dirigir seus esforços e sua energia no sentido do seu egocentrismo exacerbado que ambiciona constituir-se no “pacificador da humanidade”, na atávica pretensão de suplantar líderes tais como Ghandi, Lhuter King e até mesmo Jesus Cristo (tudo isto para conseguir uma “boquinha” de Secretário Geral da ONU…), faço aqui um apelo a Vossa Majestade: volte sua atenção para os brasileiros honestos, que mesmo aprisionados à servidão devido ao malévolo sentimento da hiposuficiência que os acompanha, devido à baixa escolaridade e conseqüentemente deficiências estruturais na qualificação e capacitação profissional que os faz sofrer daquilo que o saudoso Nélson Rodrigues chamava de “complexo de vira-latas” e que mesmo assim, a despeito de toda esta constrangedora situação, pagam proporcionalmente a seus ganhos, a maior carga tributária entre os países em desenvolvimento, dado ao elevado efeito de regressividade que é resultante de um sistema tributário injusto, complexo, confuso e ineficiente, uma verdadeira “tapera fiscal”. Além disso, senhor pacificador universal, nossos trabalhadores sustentam a maior taxa de juros real do planeta Terra, a qual a banca agradece, obviamente ao senhor, “sindicalista-presidente-pacificador”…
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