As privatizações podem trazer grandes benefícios à economia do país. Um cenário com menos estatais tende a atrair novos investidores e permite que o dinheiro público seja utilizado de forma mais proveitosa.
O Brasil vem de uma trajetória de protagonismo nos investimentos em setores, como o de infraestrutura. No entanto, eventuais intervenções por parte do governo, ao longo dos anos, resultaram em grandes consequências, como o uso inadequado dos recursos. Daí a importância das desestatizações para que o país caminhe novamente rumo ao desenvolvimento econômico.
O Secretário Especial de Desestatização, Desinvestimento e Mercados do Ministério da Economia, Diogo Mac Cord, explicou que o resultado dos últimos anos foi uma taxa de investimentos em infraestrutura cada vez menor, além da alocação incorreta de recursos em toda a economia. Ouça o podcast!
“Na medida em que há uma priorização dos investimentos privados, o capital migra para investimentos que fazem mais sentido e, como consequência, o crescimento econômico do país é maior gerando mais empregos e renda para todos”, explicou. Em linhas gerais, esse é o benefício que se tem quando o governo sai da seleção desses investimentos e deixa o setor privado tomar as decisões.
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As possibilidades que as privatizações trazem para um país são grandiosas e, por isso, a expectativa para que a agenda seja cumprida ao longo deste ano é alta. “Além dos principais projetos, que são Eletrobrás e Correios, também tem o Porto de Vitória, Trensurb, que faz parte do sistema de mobilidade urbana de Porto Alegre; CBTU, de Belo Horizonte; CeasaMinas, e a venda de carteiras da Emgea. Tudo isso fora a agenda normal de desinvestimentos que o governo tem feito”, afirmou.
É importante destacar que a privatização de uma estatal não é feita da noite para o dia. O processo entre a tomada de decisão até o fechamento dos contratos leva aproximadamente dois anos. “Quando chegamos ao governo não havia empresas qualificadas no FND e isso deixou o processo mais demorado. Hoje nós avaliamos cerca de 20 empresas nas diferentes modalidades de desestatização. A partir de agora, os projetos começam a ficar prontos e, por isso, até o final do ano, começam a vir as novas oportunidades”, declarou.
Eletrobrás e Correios
Muito tem se falado sobre a privatização da Eletrobrás e dos Correios, no entanto, Diogo comenta que, embora sejam os projetos mais emblemáticos, até mesmo por causa do porte, não devem ser os primeiros a serem finalizados. As privatizações do Porto de Vitória, Trensurb e CeasaMinas devem acontecer antes.
“A ideia é finalizar o processo da Eletrobrás até dezembro e dos Correios até, no máximo, no início do próximo ano. As duas empresas servirão de plataformas de investimento poderosíssimas a partir da privatização. Os Correios, por exemplo, nas mãos do setor privado, vão ganhar um choque de eficiência e qualidade no serviço e, por consequência, vai dar um choque de competitividade no setor logístico do Brasil”, concluiu.
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O Brasil possui um número alto de estatais em relação aos países desenvolvidos e esse fato impacta diretamente na economia. As privatizações devem atrair mais investidores e segurança jurídica, que são muito importantes para a retomada do crescimento econômico. Mas, principalmente, as privatizações permitem que o Estado deixe de investir o dinheiro arrecadado com os nossos impostos, em empresas que serão melhor administradas pelo setor privado, e invista mais em serviços públicos essenciais, como saúde, educação e segurança.