O BTG Pactual está reforçando o atendimento a pequenos e médios produtores para impulsionar a carteira de agronegócio. Conhecido pela atuação em investimentos e apoio a grandes companhias, o banco vai concorrer no agro com Banco do Brasil, Bradesco, Santander e Itaú. “Há tanta demanda por recursos que existe espaço para todos”, diz Rogério Stallone, sócio responsável pela carteira de crédito corporativo. Dois anos após criar o BTG + business, braço para pequenas e médias empresas, os produtores integrados de aves e suínos, pecuaristas e agentes de menor porte já correspondem a 25% da carteira agro do BTG, de R$ 11 bilhões. Outros 75% são de companhias com faturamento superior a R$ 500 milhões, de diversos segmentos. Em 2019, a carteira agro do BTG era quase a metade da atual, de R$ 6 bilhões, com 15% vindos dos pequenos. O agro corresponde hoje a 15% da carteira total de crédito do BTG, de R$ 74 bilhões.
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Calibra
Rafael Nery, sócio responsável pela cobertura comercial de clientes corporativos, estima que em até três anos 25% da carteira do banco deve vir do agro, em linha com o peso do setor no Produto Interno Bruto (PIB) do País. Além do avanço entre pequenos e médios, há espaço para crescer entre os grandes grupos, acredita ele. Hoje são 100 os atendidos e podem se aproximar de 250. “Vamos prover crédito, gestão de recursos, apoio no acesso ao mercado de capitais e de ações.”
Vem mais
A atuação em seguro agrícola é outra aposta. Desde 2019, quando o BTG estreou no segmento, o total de prêmios (receita com apólices) saiu de R$ 52 milhões para R$ 212 milhões em 2020. O volume pode chegar a R$ 300 milhões em 2021, ainda que a prioridade seja consolidar o montante atual, explica Leonardo Felix, sócio responsável por seguro e resseguro. No segundo semestre, o banco começará a ofertar crédito também a seus clientes de seguros – produtores que se financiam com revendas, cooperativas e outros agentes.
Novas fontes
Produtores também terão mais recursos para se financiar junto a fintechs, as startups do setor financeiro. Francisco Jardim, sócio-diretor do fundo de investimentos em agtechs SP Ventures, acredita que seis ou sete agfintechs (voltadas ao agronegócio) devem captar recursos neste ano por meio de Fundos de Investimento em Direitos Creditórios (FIDCs) para financiar a produção agrícola. O volume deve girar entre R$ 1,5 bilhão e R$ 2 bilhões.
Cresce
A SP Ventures estrutura seu segundo fundo, AgVentures 2, destinado a agtechs, que já captou R$ 160 milhões e deve fechar abril com R$ 200 milhões. A meta é bater R$ 350 milhões no total. Cinco startups já foram selecionadas para receber aportes, de um total previsto de 25. Destas, cinco ou seis serão agfintechs, diz Jardim. As demais terão soluções para outras áreas como insumos biológicos, e-commerce e ferramentas de produtividade.
Agronordeste é tema do Análise Econômica
Tecnologia e mais produtividade
Reaproveita
A Syngenta concluiu investimento de US$ 6,1 milhões em estação de tratamento para gerar água de reúso em sua fábrica em Paulínia (SP), a maior unidade de formulações de produtos da multinacional de agroquímicos e sementes no mundo. A estação, inaugurada este mês, vai tratar 100% dos efluentes sanitários gerados nas instalações. A estimativa é de que a empresa deixará de usar até 40 milhões de litros de água do sistema público por ano.
Economia…
Ainda sobre água, a citricultura conseguiu, em 12 anos, reduzir de até 12 mil litros por hectare para até 4 mil litros o consumo médio na aplicação de agroquímicos nos pomares. O resultado foi obtido a partir de pesquisa desenvolvida pelo Centro de Engenharia e Automação (CEA), do Instituto Agronômico (IAC), em parceria com o Fundo de Defesa da Citricultura (Fundecitrus).
…e eficiência
Hamilton Ramos, coordenador da Unidade de Referência em Tecnologia e Segurança na Aplicação de Defensivos Agrícolas, iniciativa que faz a ponte entre CEA e setor privado, conta que mesmo com a economia de água o número de plantas tratadas subiu de 200 para 600 por hectare.
Diversifica
A empresa de biológicos Microgeo vai investir mais R$ 4 milhões na unidade de Limeira (SP) para produzir aditivo biológico para fertilizantes minerais. Caio Suppia, diretor de Marketing, conta que a empresa já tinha aplicado R$ 2 milhões em pesquisa, desenvolvimento e avaliações a campo do produto. A nova linha começa com produção de 250 toneladas por ano a partir da metade de 2022 e deve chegar a 3 mil toneladas em 2027. O aditivo será fornecido a uma empresa parceira, que vai produzir o fertilizante revestido e fazer a distribuição aos agricultores.
Meta
A Microgeo faturou R$ 60 milhões em 2020, 18% acima do ano anterior. Em 2021, pretende ampliar as vendas em 40%, compensando o que deixou de crescer no ano passado em virtude da pandemia. Para 2022, a ideia é chegar a R$ 114,2 milhões, sendo R$ 5 milhões apenas com a nova linha. A empresa investe em torno de 3% do seu faturamento em pesquisa e desenvolvimento.
Fonte: “Estadão”, 29/04/2021
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