Com a eclosão da greve dos bombeiros divulgou-se informações que contrariam a tese de que o Rio está vivendo um ciclo virtuoso. Embora tenha o 2º maior PIB de todas as unidades da federação, os salários pagos estão entre os piores em todas as áreas. É resultado de mais de meio século da incúria administrativa, que faliu os serviços públicos e privados. O erário tenta equilibrar as despesas públicas, que fugiram totalmente ao controle, obrigando as administrações a terem gastos crescentes em segurança e impedindo os tão necessários investimentos na melhoria da qualidade de vida, cuja falta resulta no êxodo dos setores produtivos, criando uma espiral negativa que precisamos reverter.
Embora, atualmente, existam ações positivas em curso, não há um Master Plan que coordene em curto, médio e longo prazos metas factíveis, em que todos possam se sentir realmente incluídos para trabalharem, unidos, em um pacto pelo desenvolvimento. É necessária uma âncora clara – a indústria do turismo – que movimente todos os setores da sociedade simultaneamente e que demonstre um aumento da renda per capita que acabe com o abismo socioeconômico existente, permitindo que o Rio se reinvente para ser a vanguarda mundial.
A sociedade deve se unir para produzir um clamor que leve à adoção de uma política pública de resultados. Quando o secretário de segurança, José Mariano Beltrame, reclama ações, na verdade ele informa à sociedade que se devem efetivar mudanças em todos os setores e não apenas na área de segurança pública, porque as UPPs só se sustentarão acompanhadas de empregos dignos, melhoras nos serviços públicos e privados e, principalmente, na perspectiva de um futuro com qualidade de vida.
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