Para uma startup, é essencial ter um modelo de negócio escalável – ou seja, que tenha condições de crescer rapidamente e de suportar o aumento da demanda por seus produtos e serviços. Do contrário, a empresa morrerá.
A afirmação é de Flavio Pripas, diretor do Cubo. Ele participou de um painel sobre modelos de negócios para startups na Conferência Nacional da Anjos do Brasil 2017. O evento foi realizado nesta segunda-feira (11/12), em São Paulo.
Também participaram da conversa o professor Marcelo Nakagawa, do Insper, e Isabelle Chaquiriand. Ela é uruguaia e atua como CEO da ATMA, uma indústria de produtos plásticos. Isabelle também é diretora da Xcala, uma entidade de fomento ao investimento-anjo, e professora da Universidade de Montevidéu. O painel foi mediado por Sandra Boccia, diretora de redação de “Pequenas Empresas & Grandes Negócios” e de “Época NEGÓCIOS”.
De acordo com Pripas, as startups lutam diariamente para sobreviver. Por isso, acabam enfrentando as dificuldades reais do mercado desde o começo. “A parte mais importante da vida de uma startup não é a ideia, mas sim a execução. Teve uma ideia? Transforme-a em protótipo. Depois, consiga um cliente real para testar seu produto, não um amigo ou familiar. Só alguém assim poderá dizer se o seu produto vai ou não gerar valor.”
Outro assunto abordado pelos palestrantes foi a importância de pensar nos negócios de uma maneira global. É o que explica Isabelle. “A internacionalização é muito importante. O Brasil tem um mercado interno muito grande, o que permite que um empreendedor amadureça sua startup antes de ir ao exterior. Mas o foco em outros mercados sempre deve existir”, diz.
Inspiração vinda de fora
Para Nakagawa, a principal lição que os brasileiros podem aprender com estrangeiros é a ter foco. “Há uma diferença gritante entre empreendedores chineses, indianos e brasileiros. O brasileiro, quando vai para fora, gosta de ficar tirando selfies e só anda com brasileiros. Quando um chinês vai para outro país, ele gruda nas pessoas para absorver conhecimento”, afirma o professor do Insper.
Disciplina e dedicação são outros valores que se pode aprender no exterior. “Um dia recebi um israelense no Cubo. Eram 7h30 da manhã e o espaço estava vazio. Ele achou estranho porque em Israel as pessoas começam bem cedo e até dormem no coworking”, diz Pripas. “Percebi que os fundadores das empresas que crescem mais rápido sempre começam a trabalhar cedinho.”
Tendências
As tendências do mundo dos negócios também foram debatidas no painel. Para Isabelle, o que mais veremos nos próximos anos são negócios de impacto social. “São empreendimentos que têm esse valor como parte do modelo de negócio. Quanto mais sucesso o negócio tem, mais ele impacta a vida das pessoas.”
Outra tendência apontada pela especialista é o surgimento de negócios a partir da integração de dois setores do mercado. “É o caso das fintechs e das agritechs, que são a junção de empresas de tecnologia com serviços financeiros e de agronegócio. Veremos mais negócios desse tipo no futuro.”
Fonte: “Pequenas Empresas & Grandes Negócios”
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