A tecnologia pode ser semelhante, mas os problemas diários de uma startup que nasceu nos corredores de uma universidade são diferentes de outra lançada por um empreendedor que saiu deles. Essa é a conclusão do pesquisador e investidor Roman Lubynsky, do Massachusetts Institute of Technology (MIT), que acompanhou o dia a dia de diversos empreendedores que começaram a montar seus projetos em instituições de ensino superior, os empreendedores acadêmicos.
Segundo o Kauffmann Institute, os empreendedores acadêmicos geralmente são pesquisadores, mestrandos, doutorandos e levam cerca de 14 anos para começarem a empreender. A pesquisa de Lubynsky, publicada pelo mesmo instituto, mostra que esses empreendedores geralmente começam com invenções tão imaturas que não são capazes de atingir sucesso comercial. O texto sugere que esse tipo de empresa receba atenção especial das instituições de ensino, pois contém grande potencial tecnológico. O que falta são parâmetros de negócios.
No geral, um acadêmico gera novas tecnologias e as amadurece antes de serem lançadas ao mercado. O grande desafio é chegar a um modelo comercial para o produto embrionário. Já startups tradicionais trabalham com novas formas de usar e combinar tecnologias já existentes.
Essas novas tecnologias levam anos para seu desenvolvimento e se beneficiam dos recursos que só uma instituição de ensino pode prover. Os acadêmicos também são mais receosos de embarcar em uma aventura comercial e têm maiores dificuldades para lidar com a parte empresarial do negócio, como plano de negócios, captação de recursos e definição de mercados.
Para conduzir sua pesquisa, Lubynsky examinou o processo e os desafios de empreendedores acadêmicos, da concepção da ideia até sua execução e comercialização. Ele chegou a algumas particularidades desse tipo de empreendedor:
– Muitos empreendedores acadêmicos iniciam sua empresa enquanto ainda são estudantes da graduação;
– O primeiro desafio destes empreendedores é como explorar e lidar com uma ideia para uma empresa e se vale a pena tentar algo fora do mundo acadêmico;
– A decisão de lançar uma empresa e ter o comprometimento de empreendedor é outra grande barreira;
– Produtos criados em laboratórios universitários muitas vezes são extremamente complexos e ainda estão em fase de pesquisa. Transformá-los em item comercializável pode levar muito tempo e outro dos desafios desses empreendedores;
– As empresas desses acadêmicos precisam descartar o modelo de pesquisa e adotar uma estrutura típica de startup de tecnologia, o que pode ser difícil para pessoas acostumadas com o meio universitário;
– Empreendedores acadêmicos podem ter conflitos com as universidades e outros pesquisadores por conta de direitos de propriedade intelectual, discordância com seus orientadores ou se formarem antes de concluir a empresa.
Fonte: Pequenas Emprensas & Grandes Negócios
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