A atual recessão brasileira já comeu, em 2016, R$ 35,7 bilhões das micro e pequenas empresas somente no Estado de São Paulo. Nos cinco primeiros meses do ano, o faturamento do setor encolheu 13,5% e o mês de maio, o último computado pelo levantamento, marcou o 17º mês seguido de queda de receita. Os dados são do Sebrae-SP, divulgados nesta segunda-feira.
Neste que é o ciclo mais longo de queda entre as pequenas empresas da história, pelo menos desde janeiro de 1998, quando começarem a ser computados esses dados, o vilão do setor é principalmente a queda do poder de compra das famílias. Em maio, a queda foi de 9% – as empresas perderam R$ 5,2 bilhões. Essa taxa, a bem da verdade, já foi pior: em janeiro deste ano, o setor encolheu 20,26% na comparação com o mesmo mês do ano anterior, o que levou a uma perda em receitas de R$ 10,6 bilhões.
“Essa taxa (de 13,5%) é importante, mas não é a maior da história. Em 2002 o setor chegou a encolher 17,4%”, revela a consultora do Sebrae-SP, Leticia Aguiar. Naquele tempo, lembra a economista, o Brasil sofria os impactos do “apagão” de energia elétrica e uma crise cambial. “Mas era uma crise bem diferente. O resultado caia dois meses, se recuperava um e voltava a cair de novo”, lembra ela.
Em relação ao faturamento de acordo com a região do Estado, e falando apenas do mês de maio, a maior queda se deu na região metropolitana da capital, com redução de 14,7% em relação ao mesmo mês de 2015. O município de São Paulo registrou queda de 13,3%, enquanto que a região do ABC teve diminuição de 11,5%. Os municípios do interior apresentaram a menor redução: -4,6%. Já o pessoal ocupado nas MPEs paulistas caiu 2,1% no acumulado do ano (janeiro a maio). A folha de pagamento teve redução de 4% e o rendimento dos empregados variou negativamente em 0,1%, já descontada a inflação.
O alento, se é que existe, fica para a perspectiva de melhora. Como dito, maio foi de queda, mas de queda menor que os outros meses. Com base nisso, o Sebrae-SP diz que, para os próximos seis meses, a partir de junho, 29% dos empresários de pequeno porte esperam melhora no faturamento (esse índice era de 18% em junho de 2015) e 52% contam com estabilidade no faturamento (esse índice era de 60% em junho de 2015).
Fonte: O Estado de S.Paulo.
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