O segundo semestre promete muitas emoções em matéria econômica. Os desequilíbrios da economia brasileira são gritantes: balança comercial em nível insuficiente para bancar a conta de serviços, exportações em baixa, importações em alta, inflação se elevando, a despeito do controle de alguns preços públicos, o desemprego começando a se ampliar.
As eleições paralisaram as decisões de governo que precisam ser tomadas para corrigir esses desequilíbrios. As mais importantes são a elevação do superávit primário, sem ginástica contábil, a correção do câmbio, a elevação dos preços represados. O problema maior é que o governo do PT não gosta e não acredita na racionalidade econômica. Despreza o imperativo da lei da escassez, razão pela qual tem praticado insanidades em matéria de política econômica e na administração pública em geral.
O momento econômico exige contenção salarial, redução dos gastos públicos, correção no câmbio e elevação de tarifas públicas. Isso terá que acontecer, mais dia, menos dia, senão o país “quebra”, ou seja, haverá estagflação, de triste memória para os brasileiros.
O paralelo histórico que vejo entre nós está no ano de 1982, quando, de fato, o Brasil quebrou na véspera das eleições. Em seguida, eleições concluídas, o saco de maldades foi aberto. O presidente João Figueiredo em pessoa anunciou as medidas amargas. Três anos depois a economia se revigorou, apareceram os superávits na balança comercial e o Brasil deixou o rol dos países inadimplentes. A situação agora não é tão ruim porque o Brasil ainda tem boas reservas internacionais.
A trajetória atual da política econômica levará a um desastre de proporções ciclópicas, até mais grave do que está acontecendo com a Argentina. O Brasil é uma economia maior e mais integrada ao mercado mundial. Um default aqui traria graves consequências.
O ponto importante é que o governo está paralisado, seja porque quer ganhar as eleições, seja porque desacredita da chamada ortodoxia econômica. Mas o tempo de experimentos e esbanjamento se acabou. Agora é a hora do império da lei da escassez, os ajustes terão que ser feitos e inexoravelmente haverá um empobrecimento dos brasileiros em geral.
Querendo ou não, o governo do PT é o coveiro dos sonhos de prosperidade e bem estar dos brasileiros.
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