Na pandemia, alunos do Brasil desenvolveram habilidades de tecnologia de ponta consideradas “competitivas”, especialmente em áreas como computação em nuvem, programação de computadores e engenharia de software. É o que indica o Relatório de Habilidades Globais 2021, realizado pela plataforma de aprendizagem on-line Coursera, fundada em 2012 por professores da Universidade de Stanford, nos Estados Unidos.
O estudo é baseado em dados de desempenho de 77 milhões de alunos em mais de 100 países, desde o início da crise sanitária. O objetivo é avaliar a desenvoltura em negócios, tecnologia e ciência de dados dos estudantes, além de ajudar governos e empregadores a avaliar lacunas de treinamento na força de trabalho.
O Brasil ficou classificado entre os cinco melhores países da América Latina em talentos na área de tecnologia. Está atrás de países como Barbados (em primeiro lugar) e Costa Rica (4º), mas à frente do Peru (6º), Argentina (10 º) e Chile (11º). Entretanto, globalmente, aparece na 57ª posição da lista, na mesma categoria.
O país tem mais de 3,2 milhões de alunos matriculados na Coursera. O conjunto tem idade média de 32 anos e 46% são mulheres. Quase 46% usam dispositivos móveis para acessar as aulas on-line.
“Os alunos do Brasil são considerados de ponta em habilidades de computação em nuvem, com 98% de proficiência; e competitivos em programação de computadores [64%] e engenharia de software [57%]”, explica ao Valor o americano Jeff Maggioncalda, CEO da Coursera, baseado na Califórnia (EUA). “Isso indica uma ‘reserva’ crescente de profissionais técnicos altamente qualificados no país.”
Os brasileiros também têm habilidades financeiras de ponta (78% no ranking de habilidades), impulsionados em parte pelos novos regulamentos do open banking e do sistema de pagamentos instantâneo Pix, diz Maggioncalda. “Estender as transformações digitais dos sistemas financeiros no resto da América Latina exigirá o treinamento de uma nova geração de trabalhadores com experiência em tecnologia”, afirma.
A responsabilidade pelo desenvolvimento do nosso país é nossa
O excesso de leis atrapalha o empreendedorismo!
O executivo também destaca o aumento da participação das estudantes brasileiras no ensino digital. A pesquisa revela que a parcela de matrículas de mulheres em cursos STEM (sigla em inglês para ciência, tecnologia, engenharia e matemática) saiu de 27% no biênio 2018-2019 para 38% em 2020 – quinto maior aumento global entre mais de 100 países. “São descobertas que oferecem esperança e a promessa de que a lacuna de gênero pode melhorar com o tempo, com mais mulheres se preparando para o mercado de trabalho nessas áreas.”
Fonte: “Valor Econômico”, 17/06/2021
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