Empreender com um propósito é uma realidade para empresários que buscam gerar impacto positivo em uma comunidade e ainda ter lucro. Os negócios de impacto social são uma oportunidade crescente no país ao possibilitar soluções relacionadas a desafios sociais ou ambientais, como a geração de renda e trabalho, considerando a viabilidade econômica com base em estratégias e modelos de negócios. Esse é o caso da Firgun, que atua na área educação financeira e facilita o acesso de microempreendedores a capital produtivo.
A Firgun nasceu em setembro de 2017 com o objetivo de solucionar a dificuldade que microempreendedores enfrentam na hora de acessar crédito para capital de giro. “Queremos facilitar o acesso ao microcrédito para empreendedores de baixa renda. Fazemos isso por meio de uma plataforma de empréstimo coletivo para captar esses valores pela internet”, explica Lemuel Simis Pilnik, 27 anos, que gerencia a Firgun junto com o sócio, Fábio Takara, 29 anos. Os empresários têm ensino superior completo, sendo que Lemuel possui pós-graduação e Fábio está cursando um MBA.
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Fábio e Lemuel retratam bem o perfil dos empreendedores dos chamados negócios de impacto socioambiental. De acordo com a pesquisa “Negócios de Impacto Social e Ambiental”, realizada pelo Sebrae, 39,5% dos empreendedores têm graduação mais elevada do que nível superior completo. Quase 55% trabalham sozinhos, 17,2% possuem de dois a cinco funcionários e 15,6% têm apenas um colaborador.
As áreas que atraem mais negócios de impacto social, conforme a pesquisa do Sebrae, são educação (37,1%), seguida por treinamento – acesso a trabalho e renda (25,8%), cultura (22,6%), economia criativa e artesanato (19,4%). Segmentos inovadores como cidades inteligentes (11,3%) e economia verde (8,1%) também se destacam entre aqueles com maior predominância no Brasil.
A pesquisa confirma a multiplicidade de segmentos com negócios de impacto socioambiental. “São negócios inovadores, que atuam de forma transversal em todos os setores produtivos e nas cadeias de valor”, observa a diretora técnica do Sebrae, Heloisa Menezes. “Eles são liderados por empreendedores empenhados em gerar trabalho e renda, impacto positivo principalmente em comunidades de baixa renda, transformando realidades e contribuindo para o desenvolvimento local”, destaca.
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A pesquisa constatou ainda que 64% dos empresários entrevistados abriram o negócio de impacto com foco na inclusão de pessoas com menor renda. “Ao facilitar o microcrédito, democratizamos o investimento social. Quem tem recurso para realizar uma transformação por meio de doação pode apoiar o empreendedor de baixa renda e contribuir para geração de emprego e movimentar a economia por meio da ação”, ressalta Lemuel.
Na Firgun, o empreendedor em busca de microcrédito passa por uma triagem. Após ser aprovado, é delimitado o valor da campanha e em quantas vezes o empreendedor vai pagar o financiamento. Assim, a campanha é criada e as pessoas interessadas podem fazer doações com valores a partir de R$ 25. Todo o valor doado é pago pelo próprio empreendedor e, quando os investidores recebem o dinheiro de volta, podem optar por apoiar um outro projeto – multiplicando o impacto social por meio do seu recurso.
Fonte: “Pequenas Empresas & Grandes Negócios”