O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, anunciou um plano para ampliar a exploração e produção de petróleo e gás natural até 2017.
O projeto objetiva reduzir, em curto prazo, a dependência americana de importações de petróleo e deve atrair os investidores devido à possibilidade de grandes reservas e estabilidade regulatória.
A intenção é de aumentar a exploração de petróleo e gás natural offshore dos EUA e procede da administração Bush, que apresentou plano com esta finalidade para o período de 2007 a 2012.
O plano de Obama compreende o período de 2012 a 2017 e estimulará novas áreas para exploração offshore a leste do golfo do México, ao sul da costa leste e ao norte do Alasca.
Estimativas do United States Geological Survey (USGS) indicam que as novas áreas autorizadas para exploração offshore possuem reservas economicamente recuperáveis, entre 39 a 62 bilhões de barris de petróleo e de gás natural entre 33 a 58 bilhões de barris equivalentes de petróleo (bep).
A estimativa corresponde a mais de 80% das reservas de petróleo e gás natural offshore nos EUA, ainda não descobertas. De acordo com dados do Energy Information Administration (EIA), os EUA possuíam, em 2008, reservas de 19,1 bilhões de barris de petróleo e as reservas de gás natural correspondiam a 48 bilhões bep.
Neste mesmo ano a produção de petróleo foi de 4,95 milhões de barris/dia, sendo 4,67 milhões barris/dia produzidos on-shore e 0,28 milhões barris/dia, offshore.
A produção interna atendeu apenas 25% da demanda diária de petróleo do país em 2008, de 19,49 milhões de barris/dia. Logo, os EUA necessitam importar cerca de 75% de sua demanda diária de petróleo.
Obama afirmou que a decisão de ampliar a produção offshore não foi fácil de ser tomada, pois seu governo objetiva a transição para o uso de fontes mais limpas de energia. No entanto, defendeu o plano ao destacar que este diminuirá a dependência do petróleo estrangeiro, através do aumento da produção interna e estimulará a economia americana, criando empregos na indústria petrolífera.
Além disso, a exploração das novas áreas offshore poderá render bilhões de dólares em royalties. Shell, BP e ConocoPhillips manifestaram interesse na exploração das novas áreas offshore, enquanto que a ExxonMobil divulgou que está avaliando a possibilidade.
A Shell e a BP planejam expandir a exploração no golfo do México, onde já possuem produção offshore. A ConocoPhillips já investiu US$ 500 milhões em P&D nas áreas ao norte do Alasca. A ampliação da produção offshore nos EUA abrirá uma nova fronteira de exploração.
O interesse das companhias de petróleo estrangeiras pela exploração offshore nos EUA pode diminuir a atuação das empresas em novas áreas de exploração no mundo, como o pré-sal no Brasil.
A mudança no marco regulatório para o setor de petróleo em discussão no Brasil pode diminuir a atratividade de investimentos na indústria petrolífera nacional, pois as companhias poderão priorizar investimentos em países com marcos regulatórios estáveis, como ocorre nos EUA.
Fonte: Jornal “Brasil Econômico” – 22/04/2010
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