O Produto Interno Bruto (PIB) dos países da OCDE seria, em média, 3,5% superior ao esperado a cada ano se até 2030, todos os adolescentes de 15 anos fossem escolarizados e adquirissem um nível de conhecimento básico, revela um relatório divulgado nesta quarta-feira (13/05).
O aumento do PIB seria de 15,6% anual em países com renda média e de 27,9% nos mais pobres, segundo o estudo da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), que ressalta a rentabilidade econômica que se obteria com um objetivo que pode ser alcançado. No Brasil, estima-se que o PIB poderia ter um aumento de 16,1%.
Os dois autores utilizaram como referência os resultados de 2012 do estudo PISA em matemática e ciências, que avalia as capacidades nestas matérias dos alunos, e consideraram que um resultado de 420 pontos é o mínimo que todos os adolescentes teriam que ter aos 15 anos.
Por isso, os que mais sairiam ganhando são os que piores resultados obtiveram nas provas do PISA, e em particular aqueles onde havia uma grande proporção fora do sistema escolar aos 15 anos ou que não alcançavam sequer esses 420 pontos.
Ou seja, o PIB mexicano seria 5,51 vezes o atual em 2095 só por essas mudanças na formação, sem levar em conta outras evoluções econômicas.
O país seria seguido por Turquia (8,5% de aumento anual), Chile (8,4%), Israel (7,6%), Grécia (6,1%), Itália (4,5%), França (4,5%), Suécia (4,4%) e Luxemburgo (4,4%).
Fora da OCDE, dos 76 estados objeto do estudo, os que mais vantagem tirariam da difusão do nível básico educativo seriam Gana (PIB de 83% superior a cada ano daqui a 2095), África do Sul (56,1%), Honduras (43,1%), Marrocos (34%), Omã (30,5%), Botsuana (27,9%), Macedônia (24,3%), Peru (23%) e Catar (22%).
Os outros países latino-americanos analisados obteriam igualmente avanços também significativos: Colômbia (alta de 19,5%), Argentina (14,8 %), Uruguai (14%) e Costa Rica (9,9%).
O relatório, que é assinado pela OCDE e a organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), insiste que generalizar um nível educativo básico como o descrito é um alvo “completamente realista” em 2030 e a prova são os lucros de alguns países.
A Polônia serve como exemplo, já que em menos de uma década conseguiu reduzir a proporção de alunos que não chegam aos 420 (caiu de 22% para 14%), assim como Xangai (de 4,9% para 3,8%).
Outro caso citado é o do Brasil, que entre 2003 e 2012 conseguiu aumentar a proporção de alunos escolarizados aos 15 anos de 65% para 78%, enquanto a qualificação dos examinados subia de forma notável.
As duas organizações insistiram que não há incompatibilidade entre conseguir uma maior igualdade nos resultados equitativos (limitar o fracasso escolar) e ao mesmo tempo subir os resultados globais.
Fonte: Época.
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