O Pix completou um ano no dia 16 de novembro e, neste primeiro aniversário, já superou as expectativas em termos de adesão. De acordo com dados divulgados pelo Banco Central (BC), até o último mês, o sistema de pagamento instantâneo BC contou com mais de 348 milhões de chaves cadastradas. Além disso, os números mostram que as transações feitas por Pix já superam as realizadas por boletos, DOCs, TEDs e cheques somados.
O sócio do escritório Godke Advogados e professor do Insper, Marcelo Godke, destaca que as transferências entre novembro de 2020 e outubro de 2021 movimentaram quase R$4 trilhões, e calcula que metade da população brasileira já usou o Pix pelo menos uma vez na vida. Ouça o podcast!
“Curiosamente, apesar de se imaginar que somente as pessoas mais jovens estariam dispostas a utilizar o Pix, a gente percebe que as pessoas acima de 40, 50 também vêm utilizando constantemente, mesmo aquelas mais próximas dos 70 anos de idade. Então o Pix acabou sendo um sucesso muito grande”, avaliou.
Pode-se dizer que o Pix cooperou com o andamento do projeto Banco Central para tentar aumentar o acesso aos serviços bancários, principalmente quando se fala da população mais carente. No entanto, o sistema, por si só, não promove necessariamente a bancarização, até porque, segundo a definição sugerida por Marcelo Godke, trata-se de uma facilidade de se transferir o dinheiro de um lado para o outro, e ressalta que “o Pix presume que a pessoa já tenha acesso a algum tipo de serviço bancário”.
Ainda assim, é possível destacar alguns benefícios que o Pix trouxe a partir da sua chegada. “O Banco Central regulamentou de maneira a flexibilizar a constituição de fintechs, por exemplo. E agora as pessoas podem ter, mais facilmente, acesso a uma conta no banco, ou a uma conta semelhante a uma bancária, que permitem o uso do Pix”, destacou.
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O Pix também apresentou impactos positivos na economia e contribuiu, principalmente, com o trabalho dos pequenos e médios empresários, que com a diminuição do uso do dinheiro físico e aumento da utilização dos cartões de crédito e débito, pagavam taxas e aumentavam seus custos, ao oferecer facilidades de pagamento aos clientes.
“O Pix mudou bastante isso. Primeiro que não se cobra uma taxa de 5%, por exemplo, na venda, e depois não se cobra o valor da antecipação, porque ele recebe isso instantaneamente. O custo da utilização do serviço bancário para vender seu serviço caiu muito e, para o lojista, passou a valer muito a pena”, analisou.
Dicas de segurança
Para quem ainda não aderiu ao serviço por ter dúvidas sobre a segurança nas transações, Marcelo Godke sugere aos usuários que nunca cliquem em links desconhecidos, e sempre verifiquem a origem das mensagens com grandes promoções ou vantagens, recebidas via SMS, WhatsApp e e-mail. Outra dica interessante, é ligar para confirmar se de fato determinada pessoa conhecida pediu que fosse feita alguma transferência de dinheiro.
“O usuário também pode se precaver instalando aplicativos no celular, ou computador, para aumentar a segurança na hora de acessar sites de bancos e, assim, evitar que algum tipo de software suspeito seja instalado para clonar senhas e assemelhados”, alertou.
Novidades e atualizações
Marcelo Godke comenta que entre os principais futuros lançamentos estão o Pix Saque e o Pix Troco, que permitem que as pessoas saquem dinheiro em espécie por meio do Pix em estabelecimentos cadastrados para isso.
Outra tendência é que, daqui a um tempo, o Pix também consiga substituir o cartão de crédito para fazer compras parceladas. “O nosso banco de utilização constante vai nos dar um crédito, e a gente poderá, por exemplo, programar 10 transferências de R$10, ao invés de fazer um pagamento de R$100″, esclareceu.
O Banco Central deve, em um futuro bem próximo, implementar essas e outras medidas. É preciso estar atento e informado sobre todas essas atualizações, já que além de facilidades e segurança, elas também movimentam a economia do país.