Cunha definiu com líderes dos partidos ordem da votação; primeiro item será o sistema eleitoral
O plenário da Câmara começa a votar nesta terça-feira a reforma política. Ontem, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) definiu, junto com os líderes dos partidos, que a votação será em grupos, nesta ordem: sistema eleitoral, financiamento de campanha, manutenção ou não da reeleição, tempo dos mandatos, coincidência das eleições, cota para mulheres, fim das coligações proporcionais, cláusula de barreira, voto obrigatório e dia da posse do presidente da República.
A comissão especial que discute a reforma política foi enterrada na segunda-feira, sem a votação do relatório final produzido após 4 meses de discussões. O relator Marcelo Castro (PMDB-PI) foi destituído, e o presidente da comissão, Rodrigo Maia (DEM-RJ), indicado por Cunha para relatar a reforma direto no plenário.
Cunha e Maia têm posição comum a favor do distritão, segundo o qual os candidatos mais votados são eleitos sem que seja levado em conta os votos nos partidos. Cientistas políticos fizeram um abaixo-assinado contra distritão, defendido pelo presidente da Câmara. A pesada investida a favor do distritão como sistema eleitoral tem na linha de frente o vice-presidente Michel Temer, articulador político do governo, que desde o início do ano mobiliza deputados a favor do modelo.
Ressurgiu também outra possibilidade que havia sido sepultada há anos, o chamado distritão misto, no qual metade das vagas é escolhida pelo distritão, e a outra, por voto em lista partidária fechada. A apresentação do relatório está prevista para as 11h desta terça-feira.
A decisão de cancelar a reunião da comissão mista gerou protestos. A justificativa oficial foi de que a reunião havia sido cancelada por “acordo entre os líderes”. No entanto, a informação foi contestada pelo PT e pelo PSOL.
Cunha agilizou o andamento da reforma política em fevereiro, um dos seus primeiros atos para afrontar o PT, que segurava a votação do tema na CCJ. Ele aprovou a admissibilidade em plenário, criou a comissão especial e indicou o relator Marcelo Castro.
Fonte: O Globo
No Comment! Be the first one.