Policiais militares denunciam que estão tendo de enfrentar 12 horas de fila no Hospital Central da Polícia Militar (HCPM), no Estácio, para fazer pedidos e prorrogação de licenças médicas. Além da falta de pagamento, eles também estão sem tratamento psiquiátrico desde setembro, quando o setor foi fechado na unidade de saúde por falta de médicos, conforme mostrou o EXTRA na época, e dizem estar sendo orientados a custear consultas particulares do próprio bolso.
Policiais que estavam na Seção de Perícias Médicas do HCPM nesta segunda-feira contaram ter chegado às 3h da manhã para conseguir atendimento e só pegaram o documento que garante o afastamento às 15h30.
— Estamos sendo orientados a pagar uma consulta particular com um psiquiatra, que custa R$ 150, isso sem receber salário, para trazer o laudo aqui e conseguir a ata que garante o afastamento — disse um dos PMs, que pediu para não ser identificado.
O EXTRA esteve nesta segunda no setor de Psiquiatria do hospital e encontrou as portas fechadas novamente. Em setembro, dos seis psiquiatras que trabalhavam no ambulatório até o fim de junho, três deles pediram baixa e outros dois entraram de licença médica em setembro.
Afastado há oito meses, depois de ver dois colegas serem mortos enquanto trabalhava na UPP do Morro do Alemão, o soldado Mendes chegou no local às 3h da manhã. Depois de 12 horas de espera, conseguiu a prorrogação, por mais 30 dias, de sua licença médica. Ele explica que é necessário madrugar porque o atendimento diário é limitado.
Um outro policial, que também chegou às 3h, diz que são distribuídas 35 senhas por dia, mas nesta segunda-feira o local esteva mais cheio do que de costume porque o perito responsável pela psiquiatria entrou de férias e não houve atendimento na sexta, acumulando os pedidos para esta segunda, quando um novo apareceu para cobrí-lo, o que gerou filas e reclamações. Os policiais ainda tinham que dividir espaço com um vazamento de esgoto na sala de espera.
Procurada por meio de assessoria de imprensa, a Polícia Militar não deu retorno até o momento sobre o caso.
Fonte: Extra.
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