As demissões dos ministros Geddel Vieira Lima, da Secretaria de Governo, e Marcelo Calero, Cultura – devido à pressão de Geddel para que o Iphan liberasse a construção do edifício La Vue Ladeira da Barra, em Salvador – é fruto de um novo momento da política nacional, na opinião do cientista político Bruno Garschagen.
Segundo o cientista político não é incomum saber de políticos que usam seu poder para obter benefícios. O incomum, na visão de Garschagen, foi a denúncia feita por Marcelo Calero. Para ele, a mudança de comportamento está relacionada com a atuação dos cidadãos, que acompanham o dia a dia da política e das instituições. O Instituto Millenium também tem respaldado esse sentimento de indignação da população com esse tipo de abusos.
“Em outro momento talvez o ex-ministro da cultura não tivesse coragem de fazer a denúncia”, argumenta.
Garschagen explica que a ideia de se apropriar de bens públicos para benefícios privados é uma herança da colonização portuguesa e da mentalidade feudal. “Boa parte dos bens públicos eram propriedade do Rei e da aristocracia”, ressalta.
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O autor de “Pare de Acreditar no Governo – Por que os brasileiros não confiam nos políticos e amam o Estado” (Editora Record) defende a criação de mecanismos de punição que desestimulem condutas com a do ex-ministro Geddel Vieira Lima.
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