O debate sobre políticas públicas é um dos imperativos para se fortalecer o exercício da cidadania e reduzir o grau de opacidade dos poderes públicos. Além do fluxo normal de informações, é necessário levar ao público interessado dados realmente relevantes sobre o país.
De forma modesta e pontual, criamos na capital federal, o Fórum Brasília de Políticas Públicas. A primeira edição, ocorrida na semana passada, no Hotel Royal Tulip, contou com a presença de mais de uma centena de ouvintes para acompanhar palestras de personalidades do governo.
O evento foi promovido pela Arko Advice, Pesquisas e Análise Política e pelo Grupo Bandeirantes de Comunicações.
Brasília, apesar de sua relevância no contexto das capitais mais importantes do mundo, não costuma promover debates de caráter geral em políticas públicas, como o realizado.
Quase sempre os organizados na cidade são de natureza específica, ou voltados para objetivos bem delimitados. Participando desde 2008 do CDES, o Conselhão, vi como os colóquios que envolvem a participação de ministros e demais autoridades são importantes para se entender o que se passa no governo. No entanto, são restritos aos conselheiros.
De certa forma, o Fórum Brasília, inspirado nas iniciativas do Conselhão, vem, objetivamente, ampliar os espaços de entendimento do que o governo faz no Brasil de hoje.
O temário e os palestrantes foram os seguintes: Michel Temer falou sobre a reforma política; Orlando Silva, sobre o andamento dos preparativos dos megaeventos esportivos dos próximos anos; Marco Maia discorreu sobre a agenda legislativa do ano; Helena Chagas reafirmou o credo do governo na liberdade de expressão; Izabella Teixeira abordou os desafios do meio ambiente; e Wagner Rossi apresentou as imensas oportunidades e potencialidades da nossa agricultura. Agnelo Queiroz, governador do DF, encerrou o evento.
Em sua primeira edição, não conseguimos dar ao evento a sofisticação que os temas apresentados mereciam. Faltou tempo para cumprir uma agenda mais ampla e muitos assuntos ficaram de fora, como educação e tecnologia. Não pudemos realizar uma mesa de debate com os conselheiros do CDES nem com os reitores das principais universidades do Brasil.
Gostaríamos também de ter tido a participação de representantes do setor privado. Falhas que corrigiremos nas edições seguintes.
No entanto, ficou evidente que a abertura de um espaço para debate e reflexão sobre políticas públicas é mais do que necessário. Tanto palestrantes quanto ouvintes concordaram que a iniciativa foi excepcional por levar ao público o que o governo pensa e faz em áreas estratégicas.
Boris Casoy, jornalista dos mais experimentados e preparados, afirmou que se surpreendeu positivamente com as informações veiculadas no evento.
O saldo é muito positivo e fica a marca – Fórum Brasília – consolidada pela realização de um evento em que o temário, os participantes e os palestrantes foram do mais alto nível. Provavelmente ainda este ano outras iniciativas semelhantes serão promovidas.
Um Fórum Brasil-África, para debater cultura, comércio, investimentos, já está na pauta.
Fonte: Brasil Econômico, 29/03/2011
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