Agora em dezembro, veio a público uma pesquisa feita na Universidade de Berkeley que constatou uma elevação no coeficiente de inteligência, QI, das crianças que jogam os “games” no computador. Fiquei feliz em saber aquilo que apenas imaginava.
Inúmeras vezes, ouvi os alarmes para tirar as crianças da frente desse demônio. Nunca o fiz. Procurei remediar um pouco o conteúdo e aliar atividades físicas.
Acredito que a realidade do tempo em que eles estão crescendo não pode ser balizada pelos meus processos de formação. Permanecem valores fundamentais, os quais me cabe ensinar e demonstrar, mas cercear o mundo que se apresenta como uma ruptura no modo de apreender, pensar e agir, isso não devo.
A linguagem é o mecanismo que produz o conhecimento das coisas e de si e a deles é a do computador. Claro que dominar a técnica não cria valores e conteúdo, mas é preciso entender que esse conhecimento estrutura uma nova “cabeça”.
Essa é a ruptura, o salto que vai criar um fosso intransponível entre os que têm acesso e os que não. Daí a importância da educação como projeto nacional prioritário. E esse projeto deve estabelecer a inclusão digital dos professores, caso contrário serão eles os alunos, não do conteúdo, mas da técnica.
Meu menino não vai mais sentar com brinquedos inteligentes de madeira. Ele é um condenado feliz ao mundo das brincadeiras virtuais. E não vejo problema algum nisso, se ele faz atividade física.
Veria se fosse condenado à infelicidade das trevas no mundo tecnologizado. Em resumo: bola, natação, valores de sociabilidade e muito computador na cabeça da garotada. De toda a garotada!
(O Dia – 03/01/2010)
Sugiro um livro de 2006 chamado The Kids are Alright. de Beck e Wade ele mostra como a cabeça dos gamers é mais avançada do que pensamos.