Drones, softwares de reconhecimento facial, assistentes virtuais, robôs: a inteligência artificial se tornou onipresente na sociedade. Com cada vez mais algoritmos e máquinas ocupando as vagas que antes eram de seres humanos, surge o grande questionamento: até que ponto a IA vai influenciar o futuro do trabalho? Os robôs vão roubar todos os postos de trabalho dos humanos?
A resposta é não, segundo Tim O’Brien, diretor geral de programas de IA da Microsoft. Ele diz que é impossível a tecnologia invadir todas as áreas. “Não podemos perder de vista os atributos humanos. As máquinas são incapazes de ter a sensibilidade que nós temos”, afirma. Para O’Brien, a tecnologia ajuda a otimizar o tempo de trabalho dos profissionais, além de realizar tarefas que seriam perigosas para os seres humanos. As declarações foram dadas durante o evento AI+ Tour: Transforme o mundo que você vê, realizado ontem (11/11) em São Paulo pela Microsoft.
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Durante o encontro, foi divulgado um estudo realizado pelo Instituto DuckerFrontier, a pedido da Microsoft. A pesquisa destacou o impacto que a inteligência artificial pode ter no mercado de trabalho brasileiro até 2030. “Muitas profissões serão extintas, mas novas serão criadas”, disse Tania Cosentino, presidente da Microsoft para o Brasil, também durante o evento.
Para Pablo Gonzalez, diretor da Ducker Frontier, a tecnologia vai trazer benefícios e desafios. “O PIB do país vai aumentar cerca de 7,1% entre 2018 e 2030. Mas o Brasil enfrentará um grande desafio: garantir que todos tenham acesso à tecnologia”, afirma.
Segundo o estudo, para que a IA se desenvolva espaço no país, cinco categorias devem ser priorizadas: governo, serviços públicos e governança; educação, habilidades e capacitação; pesquisa, inovação e desenvolvimento; infraestrutura de tecnologia; ética, regulamentação e legislação.
O relatório diz ainda que as empresas brasileiras vão investir mais em inteligência artificial. E isso vai trazer vagas de trabalho em novas áreas até 2030. O setor de serviços corporativos será o mais beneficiado, com 26 milhões de novos empregos; em segundo lugar virá o de manufatura; e em terceiro, o de comércio varejista, atacadista, hotelaria e alimentação.
A automação trará redução na carga horária de trabalho, especialmente nos setores de agricultura e pesca; construção; manufatura; mineração, água e energia; comércio, hotelaria e alimentação; e serviços públicos. A redução líquida deve ficar entre 7% e 13%.
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Como preparação para o futuro, as empresas precisam fomentar o conhecimento da inteligência artificial. “As companhias devem promover cursos para os funcionários, incluindo os que exercem funções de baixa qualificação, que serão os mais impactados. Se as pessoas não se reinventarem, não vai ter o emprego”, diz Daniel Maia, gerente de programas acadêmicos da Microsoft Brasil.
“A tecnologia tem o poder de transformar a economia e endereçar os grandes problemas da atualidade. Mas, para garantirmos os benefícios, temos que encarar o desafio da educação”, diz Tania. Para ela, é preciso melhorar o nível da educação brasileira, desde o ensino fundamental até à universidade. “Eles serão a nova geração, são eles que vão exercer as novas funções. Precisamos transformar o currículo escolar e trazer a tecnologia para dentro das escolas”, diz a executiva.
Fonte: “Época Negócios”